Durante visita oficial a Paris nesta quarta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, que a união entre Brasil e França é a melhor resposta contra o avanço do protecionismo e o enfraquecimento do multilateralismo no cenário internacional.
Em pronunciamento à imprensa, Lula afirmou que os dois países têm responsabilidade conjunta na defesa do clima e no fortalecimento das relações econômicas. “Defender o regime multilateral do clima é uma prioridade compartilhada. A COP30 marca os dez anos do Acordo de Paris e aproxima Brasil e França no combate ao aquecimento global”, declarou.
Lula lembrou que a França, por meio da Guiana Francesa, também integra a região amazônica, o que abre caminho para ações conjuntas contra o desmatamento, o garimpo ilegal e o tráfico. Um dos destaques foi a assinatura de acordos bilaterais nas áreas de segurança, pesquisa, defesa, energia limpa e cultura. Também foi anunciado o reforço da parceria no combate ao crime organizado, com cooperação entre a Polícia Federal e autoridades francesas.
Entre os atos firmados estão projetos voltados à produção de hidrogênio de baixo carbono e à descarbonização do setor marítimo. Lula ainda defendeu a atualização do acordo cultural entre os dois países e celebrou as Jornadas Culturais Cruzadas Brasil–França, com centenas de eventos em 2024 e 2025.
O presidente brasileiro também cobrou avanço nas negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, criticou o protecionismo comercial e afirmou que o intercâmbio bilateral precisa crescer. Em 2024, o comércio entre Brasil e França somou US$ 9 bilhões — valor inferior ao registrado em 2012.
A visita a Paris marca a primeira viagem de Estado de um presidente brasileiro à França em 13 anos. Durante o encontro, Lula ainda homenageou Bruno Pereira, Dom Phillips e Sebastião Salgado, figuras marcantes na defesa da Amazônia e dos direitos humanos.
Voz de Brasília
Fonte: agência gov
Foto: foto da web
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