No México, Alckmin e comitiva federal celebram acordos e ampliam perspectivas de comércio e investimentos
os próximos 12 meses, Brasil e México vão se debruçar sobre a proposta de ampliação dos acordos vigentes de comércio exterior e investimentos recíprocos. O documento que representa o passo inicial desse momento foi assinado nesta quinta-feira (28/8) durante reunião do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e a presidenta do México, Claudia Sheinbaum.
“Foi um trabalho bastante amplo e proveitoso. Vou levar ao presidente Lula a boa notícia de que Brasil e México estão mais próximos, em benefício das nossas populações e como motor do desenvolvimento da América Latina”, afirmou Alckmin.
Pela rede social X, a presidenta mexicana exaltou o bom momento das relações entre os dois países e parabenizou o Brasil pela saída, pela segunda vez em uma gestão do presidente Lula, do Mapa da Fome.
“Recebemos a delegação do Brasil chefiada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Nesses dias, houve reuniões muito produtivas entre autoridades e empresários brasileiros e mexicanos para fortalecer a cooperação em desenvolvimento científico, econômico e ambiental. Os dois países também compartilharam experiências para impulsionar a industrialização”, comentou.
Foi um trabalho bastante amplo e proveitoso. Vou levar ao presidente Lula a boa notícia de que Brasil e México estão mais próximos, em benefício das nossas populações e como motor do desenvolvimento da América Latina”
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
COMPLEMENTARIDADE – Após o encontro, Alckmin recebeu simbolicamente as chaves da Cidade do México e apresentou o cronograma de trabalho para aumentar a complementaridade econômica entre os dois países, que será concluído em julho de 2026. No fim do dia, os dois países publicaram a Declaração conjunta para o seguimento da implementação do processo de revisão e atualização dos acordos comerciais e de investimento, documento que consolida o compromisso dos dois lados.
Atualmente, o comércio entre os dois países é regulado por dois Acordos de Complementação Econômica (ACE): o ACE-55, que abrange produtos automotivos, e o ACE-53, que estabelece redução ou eliminação de tarifas de importação de aproximadamente 800 linhas tarifárias de produtos não automotivos.
“Estamos trabalhando com o México para atualizar e ampliar os acordos de comércio exterior e investimento. Eles têm mais de 20 anos. No caso do ACE-53, cobre praticamente 12% do fluxo bilateral. Uma cobertura pequena. Foi feito um entendimento para discutir a ampliação”, explicou.
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Para o ministro, a missão brasileira cumpriu o objetivo de aproximar as duas maiores economias e democracias da América Latina, que alcançaram corrente de comércio de US$ 13,6 bilhões em 2024.
SAÚDE — A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o governo mexicano assinaram um documento que trata da cooperação no desenvolvimento e na pesquisa e produção de vacinas e terapias baseadas na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA). De forma complementar, Brasil e México vão modernizar processos regulatórios e ampliar o acesso a tecnologias de saúde seguras e eficazes.
O acordo foi selado em cerimônia que contou com assinatura de Alckmin e do secretário de Saúde do México, David Stalnikowitz. Pela Fiocruz, assinou a vice-presidente Priscila Ferraz Soares. Pelo lado mexicano, representantes do Ministério da Saúde e da estatal Birmex, laboratório responsável pela produção e distribuição de vacinas no país.
Esta parceria é um marco para a soberania sanitária dos dois países”
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
“Esta parceria é um marco para a soberania sanitária dos dois países”, afirmou o vice-presidente, ao explicar que a cooperação está alinhada à Missão 2 da Nova Indústria Brasil, que busca fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Ele acrescentou que unir a excelência científica do Brasil com a capacidade do México em uma tecnologia de ponta como o mRNA significa mais saúde e autonomia para as duas maiores democracias e economia da América Latina.
Diferentemente das vacinas tradicionais que usam o próprio agente infeccioso inativado ou atenuado para gerar anticorpos, o mRNA ensina o corpo a se defender sem expô-lo diretamente ao micro-organismo. A cooperação também prevê o intercâmbio de informações científicas, a realização de seminários técnicos e a busca por oportunidades de treinamento e financiamento conjunto.
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VIGILÂNCIA SANITÁRIA — Um memorando de entendimento foi assinado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Comissão Federal para a Proteção contra Riscos Sanitários (COFEPRIS) do México. O acordo abre caminho para a modernização dos processos regulatórios e a ampliação do acesso a tecnologias de saúde seguras e eficazes. “Vamos ganhar tempo para ter respostas mais rápidas e reduzir custos com uma boa sinergia, uma boa parceria. A Anvisa e a Cofepris vão atualizar o seu memorando para a gente avançar mais”, antecipou. O memorando abrange produtos essenciais como medicamentos, dispositivos médicos, cosméticos, alimentos e bebidas, além de suas matérias-primas. A parceria inclui diversas ações, como a troca de informações sobre boas práticas de fabricação, farmacovigilância e alertas sanitários.
Alckmin durante encontro na prefeitura da Cidade do México. Foto: Nurivan Mendoza Memije / MDIC
OUTRAS PARCERIAS — A comitiva federal liderada por Alckmin no México também alinhou parcerias na agropecuária, de biocombustíveis, fortalecimento comercial e atração de investimentos que buscam fortalecer relações políticas e ampliar laços comerciais e de investimentos entre as duas maiores economias da América Latina. Foram celebradas parcerias para aprofundar a cooperação nos setores.
COMITIVA — A comitiva que acompanhou Alckmin foi composta pelos ministros Fávaro e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), além da secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura. Participam ainda os presidentes da ApexBrasil, Jorge Viana; da Conab, Edegar Pretto; o diretor-presidente substituto da Anvisa, Rômison Mota; e representantes do Ministério da Saúde, Fiocruz e Instituto Butantan; da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e mais de 100 empresários.





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