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União Europeia tem 'campanha clara' contra o Brasil, diz ministra da Agricultura

Segundo Tereza Cristina, europeus são protecionistas no mercado agropecuário e buscam motivos para punir o país. Para ela, legislação ambiental tem que se consolidar para que o setor possa “calar a boca do mundo”. Tereza Cristina durante evento de exportadores de grãos em Brasília nesta quinta-feira (13)
Carlos Silva/Ministério da Agricultura
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta quinta-feira (13) que a União Europeia faz “uma campanha clara contra” os produtos do agropecuários do Brasil.
Segundo ela, não existem motivos, sejam eles ambientais ou sanitários, para boicotar ou barrar a compra dos alimentos produzidos no país.
“Eles estão nos olhando com lupa, mas é protecionismo. Temos que ter todo o cuidado para que eles não achem motivo para punir o Brasil”, disse a ministra em um evento de exportadores em Brasília.
“Existe uma campanha clara contra o Brasil por causa do nosso tamanho e das nossas possibilidades de expandir”, completou Tereza Cristina, segundo nota do Ministério da Agricultura.
No segundo semestre de 2019, a Finlândia sugeriu boicote à compra de carnes do Brasil como resposta às queimadas que ocorriam na Amazônia à época.
Em setembro, o grupo sueco H&M, segundo maior varejista de moda do mundo, disse que deixaria de comprar couro brasileiro como resposta aos incêndios. A a americana VF Corporation, dona das marcas Timberland, Vans e Kipling, também tomou a mesma decisão.
‘Calar a boca do mundo’
A ministra afirmou também que o governo trabalha para consolidar a legislação ambiental no país, como a aplicação do Código Florestal de 2012 e a análise dos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
“A hora que tivermos isso [consolidação] vamos calar a boca do mundo, porque ninguém tem uma ferramenta como esta”, disse Tereza.
Parceria com a China e Covid-19
A ministra falou ainda da parceria comercial com a China, principal compradora dos produtos agropecuários brasileiros.
Segundo Tereza, a relação entre os dois países é sólida, e que o acordo comercial fase 1 entre China e Estados Unidos, que sinaliza que os chineses deverão comprar mais produtos agrícolas dos americanos, não trará efeitos “catastróficos” para o Brasil.
A ministra disse que é preciso analisar com cautela os possíveis impactos que o novo coronavirus, o Covid-19, poderá trazer para a agricultura. Ela lembrou que a China tem 1,3 bilhão de habitantes, e que continuará demandando por alimentos.
“São conjunturas momentâneas, mas que temos que analisar com a devida cautela e com um cenário maior e não pontual”, afirmou.
“Sou otimista, penso nas oportunidades que as crises podem trazer em certos momentos”, completou a ministra.
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