Economia

Taxa de desemprego média deve subir para 17,8% neste ano, projeta FGV

Taxa de desemprego média deve subir para 17,8% neste ano, projeta FGV thumbnail

No ano passado, a taxa média de desemprego foi de 11,9%. Piora esperada para o mercado de trabalho tem como pano de fundo a recessão econômica. Desempregados fazem fila em mutirão de emprego no Vale do Anhangabaú, Centro de São Paulo
Werther Santana/Estadão Conteúdo
O Brasil deve encerrar este ano com uma taxa média de desemprego de 17,8%, de acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgada nesta sexta-feira (24).
No ano passado, a taxa média de desemprego foi de 11,9%.
O Ibre também espera que a massa de renda média recue 8,6%, na média, em 2020 em relação ao apurado em 2019. Com essa redução, a renda efetiva média fechará este ano em R$ 2.206 mensais, abaixo dos R$ 2.413 observados no ano anterior.
Já a massa de rendimentos efetivos do trabalho deve cair cerca de 14,4% em 2020, puxando tanto pelo recuo da renda média como pela redução esperada de 6,6% na população ocupada.
Dessa forma, segundo o Ibre, a massa salarial vai encerrar este ano 3,2% abaixo do seu menor nível desde o início da série histórica, em 2012.
“No mercado de trabalho, o cenário é de grande perda de empregos e rendimento. A composição das perdas também dificilmente será homogênea, e será dependente das políticas públicas adotadas”, apontou o instituto em seu Boletim Macro.
O desempenho ruim projetado para o mercado de trabalho tem como pano de fundo a recessão econômica esperada para este ano diante dos efeitos provocados pelo coronavírus. O Ibre projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) recue 3,4%.
Com a deterioração do mercado de trabalho, o governo anunciou uma medida provisória que permitirá a redução de jornada de trabalho e salário em até 70%.
Veja perguntas e respostas sobre a MP que autoriza redução de jornada
Governo detalha proposta que autoriza empresas a reduzir salários e jornada de trabalho
“O governo federal prevê que 70% dos trabalhadores de empresas privadas estarão sob esse acordo nos próximos meses, o que corresponde a cerca de 25 dos 35 milhões de empregados nesta categoria”, disse o Ibre. “No entanto, até 15 de abril, apenas 1,7 milhão de trabalhadores estava sob esse novo regime, colocando em dúvida a escala efetiva que tal política terá.”