Economia

Assembleia da Caixa aprova extinção da Caixapar

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A operação ocorrerá com a incorporação do restante das parcelas patrimoniais referentes à totalidade das ações da subsidiária. Prédio da Caixa Econômica Federal em Brasília
Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Caixa Econômica Federal informou que foi aprovada pela governança do banco, em assembleia geral extraordinária (AGE) realizada nesta quarta-feira (29), a conclusão do processo de extinção da Caixa Participações (Caixapar). A operação ocorrerá com a incorporação do restante das parcelas patrimoniais referentes à totalidade das ações da subsidiária.
Conforme o comunicado do banco público, “a Caixapar, por meio dos seus investimentos, realizou até 2018 operações que foram objeto de apontamento por duas empresas de auditoria independente (PricewaterhouseCoopers e Grant Thornton), bem como do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público Federal (MPF)”.
“Entre 2015 e 2019, os balanços da companhia foram objeto de ressalva pela auditoria externa em função de dúvidas quanto à continuidade das operações da Branes Negócios e Serviços, dada sua dependência em relação a contratos de prestação de serviços que foram suspensos para análise pelo TCU e MPF”, diz o texto. “Em dezembro de 2020, a Caixa concluiu o desinvestimento da Caixapar na companhia.”
Ainda de acordo com a nota, a Caixapar também foi impactada por acordos que não geraram o retorno esperado como em operação realizada com a Capgemini Latin America S.A.S., sendo finalizado por meio de acordo de resolução de litígio e quitação recíproca.
“No que tange a Caixa Crescer, o TCU constatou vícios no acordo como antieconomicidade, avaliação não justificada do valor da empresa, previsão de crescimento desproporcional, desproporção na distribuição de riscos, ausência de autorização do Banco Central, dentre outros”, afirma o banco público. A operação com a Caixa Crescer foi finalizada pela assinatura do acordo entre a Caixapar e sócio culminando no encerramento de arbitragem entre as partes, diz o comunicado.
A Caixa afirma ainda que, a partir de 2019, realizou o desinvestimento de empresas na Caixpar, como a venda da Cibrasec (R$ 6,5 milhões), resolução de acordo Capgemini (R$ 13,8 milhões), participação encerrada e liquidação do FIP Veneza Branes, resolução de acordo da Caixa Crescer, e decisões de dissolução da parceria em andamento nas empresas Caixa Imóveis S/A e Negócios Digitais.
“Destaque para o desinvestimento total do (banco) Pan no segundo trimestre de 2021, gerando o resultado bruto de R$ 5,0 bilhões”, afirma. “Em dezembro de 2018, o valor da ação era R$ 1,95, assim a estratégia adotada teve início em março de 2019 com a realização do exercício de opção de compra das ações ao valor de R$ 2,42, finalizando em abril de 2021 com a venda das ações por R$ 11,42.”
A Caixa ressalta, no comunicado, que a extinção da Caixapar está em linha com o planejamento estratégico do banco público, “encerrando participações onerosas, incompatíveis com seus objetivos, bem como sofreram ressalvas em seus balanços e/ou apontamentos do TCU/CGU, a partir de seu compromisso constante com a Governança, foco em gestão e melhores controles internos.”
No último dia 23, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, havia antecipado, em live ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), que o banco finalizaria as operações da Caixapar no dia 29 deste mês.