Economia

Ações de bancos afundam no mercado financeiro após investigação de lavagem de dinheiro

Ações de bancos afundam no mercado financeiro após investigação de lavagem de dinheiro thumbnail

Em Hong Kong, ação do HSBC atingiu o menor nível em 25 anos, fechando em queda de 5,33%. Deutsche Bank fechou o dia com queda de 8,76%, enquanto Standard Chartered caiu 5,82%. HSBC, Deutsche Bank, ING e outras instituições financeiras sofriam perdas nesta segunda-feira (21) nas bolsas de valores após revelações de um consórcio de jornalistas mostrarem que gigantes bancários transferiram mais de US$ 2 trilhões em recursos suspeitos ao longo de quase duas décadas.
Em Frankfurt, o Deutsche Bank fechou o dia com queda de 8,76%, enquanto o Standard Chartered caiu 5,82% em Londres.
Em Hong Kong, a ação do HSBC atingiu o menor nível em 25 anos, fechando em queda de 5,33%. Além do fato de que o grupo foi citado pela investigação do consórcio de jornalistas, pode enfrentar sanções de Pequim como parte das medidas retaliatórias contra certos países estrangeiros.
Também citado no caso, o banco ING perdeu 9,27% em Amsterdã. De acordo com relatos da imprensa holandesa, a filial do banco na Polônia ajuda clientes a enviar fundos suspeitos para fora da Rússia há anos.
Na Bolsa de Paris, Société Générale perdeu 7,66%.
A onda de choque também foi sentida do outro lado do Atlântico: no meio da sessão em Wall Street, o gigante JPMorgan Chase perdia 4,08%. Por sua vez, o Bank of America caía 3,89%, enquanto Morgan Stanley e Wells Fargo caíam 4,5% e 5%, respectivamente.
Denúncia de dinheiro sujo
Em pesquisa realizada por 108 meios de comunicação internacionais de 88 países, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), denuncia as deficiências na regulamentação do setor.
“Os lucros das guerras assassinas das drogas, fortunas desviadas dos países em desenvolvimento e economias arduamente conquistadas roubadas em esquemas de pirâmide puderam entrar e sair dessas instituições financeiras, apesar dos avisos dos próprios funcionários dos bancos”, detalha a investigação.
A investigação é baseada em milhares de “relatórios de atividades suspeitas” (SARs) entregues à polícia financeira do Tesouro dos Estados Unidos, FinCen, por bancos em todo o mundo, mas “mantidos fora da vista do público”.
A investigação aponta em particular para 5 grandes bancos – JPMorgan Chase, HSBC, Standard Chartered, Deutsche Bank e Bank of New York Mellon – acusados de terem continuado a transitar dinheiro de criminosos, mesmo depois de terem sido processados ou condenados por má conduta financeira.
De acordo com o ICIJ, quantias astronômicas de dinheiro sujo passaram pelos maiores bancos do mundo durante anos.
Esses documentos referem-se a US$ 2 trilhões em transações, entre 1999 e 2017. Seria dinheiro oriundo de drogas e atos criminosos ou mesmo de fortunas desviadas de países em desenvolvimento.
O que dizem os bancos
O HSBC se defendeu respondendo aos repórteres que sempre cumpriu com suas obrigações legais ao relatar atividades suspeitas. Em nota, apresentou as acusações do ICIJ como antigas e anteriores a um acordo firmado sobre o assunto em 2012 com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
O banco diz que desde então revisou sua capacidade de combater o crime financeiro em mais de 60 jurisdições, apresentando-se como “uma instituição muito mais segura do que era em 2012”.
Em comunicado, o Deutsche Bank assegurou que as revelações do Consórcio eram de fato informações “bem conhecidas” por seus reguladores e disse que “dedicou recursos significativos para fortalecer seus controles que está sendo extremamente cuidadoso para cumprir (suas) responsabilidades e (suas) obrigações”.
O ING, por sua vez, afirmou que cessou a sua relação em 2018 com uma das empresas incriminadas por ter colaborado com a sua filial polonesa e que se preparava para o fazer com a segunda.
Nos últimos anos, os bancos aumentaram os investimentos em tecnologia e em equipes para lidar com os requisitos regulatórios mais rígidos de combate à lavagem de dinheiro e sanções em todo o mundo.
Milhares de clientes tiveram contas bancárias fechadas em grandes centros de riqueza, incluindo Hong Kong e Cingapura, após um escândalo de lavagem de dinheiro na Malásia, além do “Panama Papers” e um impulso global para a transparência tributária.
Veja vídeos: as últimas notícias de economia

Comentar

Clique aqui para postar um comentário