A renda média dos trabalhadores brasileiros segue em crescimento desde o segundo trimestre de 2023 e atingiu R$ 3.326 no quarto trimestre de 2024, consolidando um aumento de 4,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são de um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta sexta-feira (7), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua).
Alta histórica
Considerando o trimestre móvel encerrado em janeiro de 2025, o rendimento médio chegou a R$ 3.343, o maior valor da série histórica. Entretanto, uma análise mensal mostra que a renda atingiu o pico em novembro de 2024 (R$ 3.404), registrando um leve recuo em dezembro. Em janeiro de 2025, houve uma pequena recuperação, chegando a R$ 3.323, o que representa um aumento de 2,5% em relação a janeiro de 2024.
Os grupos que registraram maior aumento na renda, comparando-se ao mesmo período de 2023, foram:
Trabalhadores da região Sul (+7,5%)
Pessoas entre 40 e 59 anos (+5%)
Trabalhadores com ensino fundamental completo (+6,2%)
Em contrapartida, os menores aumentos foram observados entre:
Moradores do Norte (+1%)
Pessoas acima de 60 anos (+2,4%)
Moradores de regiões metropolitanas (+3,1%)
Entre os diferentes grupos de trabalhadores, o aumento na renda foi mais expressivo para:
Trabalhadores por conta própria (+5,4%)
Empregados sem carteira assinada (+6,5%)
Já os trabalhadores com carteira assinada tiveram um crescimento mais modesto (+3%), mantendo o ritmo mais lento desde o início de 2023. Enquanto isso, servidores públicos registraram um crescimento ainda menor, de 2,6% no período analisado.
Após um período de avanço maior para as mulheres, em 2024 a renda masculina cresceu mais:
Homens: +4,6%
Mulheres: +4%
Os setores que mais tiveram aumento na renda foram:
Transporte (+8%)
Serviços pessoais e coletivos (+6,1%)
Alojamento e alimentação (+5,8%)
Já os setores com menor crescimento ou queda na renda foram:
Educação e saúde (+1,3%)
Agricultura (-0,1%) – único setor com queda na renda
O crescimento da renda média reflete uma recuperação do mercado de trabalho, especialmente para alguns setores e perfis de trabalhadores. No entanto, desafios persistem, principalmente na desigualdade de gênero, no ritmo lento de crescimento dos salários formais e na disparidade entre regiões do país.
Fonte:agência gov
Foto:foto da web
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