Por Voz de Brasília
Brasília ganhará uma nova Praça dos Três Poderes a partir de julho de 2026. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou, nesta semana, um ambicioso projeto de requalificação do espaço, símbolo da democracia nacional. A iniciativa prevê melhorias significativas voltadas ao conforto, à segurança e à acessibilidade dos visitantes. O investimento estimado é de R$ 22 milhões, que deverão ser captados junto à iniciativa privada por meio da Lei Rouanet.
A reforma integra um conjunto de ações realizadas em parceria com o Governo do Distrito Federal (GDF). Também estão previstas obras no Catetinho e no Museu Vivo da Memória Candanga, que receberão recursos iniciais de R$ 500 mil e R$ 200 mil, respectivamente, para elaboração dos projetos executivos.
Entre as intervenções programadas para a Praça dos Três Poderes estão a recuperação do piso e dos espaços projetados por Lúcio Costa — incluindo a icônica maquete de Brasília — e a restauração do Museu da Cidade. Haverá ainda modernização dos bancos, nova iluminação para monumentos, instalação de rampas de acessibilidade, piso tátil para pessoas com deficiência visual, sistemas de drenagem, sinalização aprimorada, além da reativação de câmeras de segurança.
“A Praça dos Três Poderes deve simbolizar paz, não terror e medo. Queremos devolvê-la à população como um espaço de convivência e orgulho cívico”, afirmou o presidente do Iphan, Leandro Grass, durante coletiva de imprensa.
Grass destacou que a consulta pública realizada em 2023 apontou duas queixas principais entre os frequentadores: a falta de acessibilidade e a sensação de insegurança. A ausência de mobiliário urbano adequado — como bancos, áreas sombreadas, lixeiras e bebedouros — também foi amplamente mencionada pelos visitantes.
O projeto busca resgatar o caráter democrático da praça após episódios de violência e vandalismo, como os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e o atentado ao Supremo Tribunal Federal ocorrido em novembro do mesmo ano. Esses fatos levaram à instalação de grades de ferro ao redor dos prédios e monumentos, medida que foi criticada por urbanistas.
“Buscamos soluções modernas e eficazes que garantam segurança sem comprometer a identidade e o valor histórico da praça”, completou Grass.
Segundo o coordenador técnico do Iphan, Maurício Goulart, o novo mobiliário urbano foi planejado com especial atenção à segurança, para que itens como bancos, bicicletários e luminárias não possam ser utilizados de forma indevida.
A reforma da Praça dos Três Poderes será um marco na valorização do patrimônio histórico de Brasília, que em 2025 celebra seus 65 anos. A nova configuração do espaço visa reafirmar seu papel como ícone da arquitetura moderna, do urbanismo democrático e da convivência cidadã.
fonte:Correio Brasiliense
foto:foto da web
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