Por Voz de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Chile, Gabriel Boric, participaram nesta terça-feira (22), em Brasília, do encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Chile. O encontro, realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), reuniu empresários dos dois países com o objetivo de ampliar as relações comerciais e aprofundar a integração entre as nações sul-americanas.
Durante o evento, Lula enfatizou a importância de relações econômicas equilibradas, que beneficiem ambas as partes. “O bom negócio é aquele em que os dois países ganham”, declarou o presidente brasileiro, destacando que cabe aos governos facilitar o ambiente para que o setor privado desenvolva parcerias de forma produtiva e sustentável.
“A gente não quer guerra fria. Queremos privilegiar os interesses soberanos dos nossos povos, que querem viver bem, produzir bem e ter acesso à ciência e à tecnologia”, frisou Lula.
Boric, por sua vez, destacou que o Brasil ocupa hoje a terceira posição entre os principais parceiros comerciais do Chile, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Ele também apontou que o Chile já supera, em termos comerciais, países como Inglaterra e França no relacionamento com o Brasil.
Rota Bioceânica e integração regional
Um dos destaques do discurso do presidente chileno foi o projeto da Rota Bioceânica de Capricórnio — um corredor logístico com 2.400 km de extensão que ligará portos no Brasil, Chile, Paraguai e Argentina. A infraestrutura, prevista para ser concluída até 2026, visa conectar os portos brasileiros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina aos portos chilenos de Iquique, Mejillones e Antofagasta.
“Essa é uma amostra concreta da integração regional sul-americana, que deixará um legado como política de Estado”, afirmou Boric.
Segurança jurídica e ambiente de negócios
Boric também ressaltou a segurança oferecida por Brasil e Chile para os investidores. “Hoje vivemos um excelente momento comercial. Com segurança jurídica e ambiente estável, os empresários têm a confiança necessária para investir e gerar desenvolvimento.”
O fórum empresarial também destacou os avanços sociais no Brasil. Lula afirmou que a recuperação da renda da população mais pobre tem impulsionado o turismo e o consumo. “Nos últimos dois anos, os mais pobres tiveram um aumento de 10,7% na renda. Isso gera movimento no setor aéreo, rodoviário e até no turismo de cruzeiros”, comentou o presidente.
Acordos e perspectivas de cooperação
A visita oficial do presidente chileno incluiu ainda uma reunião bilateral com Lula e a assinatura de 13 acordos e memorandos de entendimento em áreas como justiça, segurança pública, defesa, ciência e tecnologia, agricultura, inteligência artificial, cultura e pesca.
O vice-presidente da CNI, Mario Cezar de Aguiar, reforçou o papel dos empresários na construção de um futuro mais integrado e sustentável. “Com a liderança dos senhores, podemos aprofundar uma parceria duradoura entre Brasil e Chile, superando desafios globais com união e diálogo.”
Já a presidente da Sociedade de Fomento Fabril do Chile, Rosario Navarro, apontou que o fórum estabeleceu as bases para uma integração concreta. “Temos a visão, a capacidade e o ímpeto. Agora é hora de transformar tudo isso em resultados.”
Relações comerciais em números
Entre janeiro e março de 2025, o intercâmbio comercial entre Brasil e Chile somou cerca de US$ 2,7 bilhões. O Brasil exportou US$ 1,56 bilhão e importou US$ 1,21 bilhão, alcançando um superávit de US$ 350 milhões. Os principais produtos brasileiros vendidos ao Chile incluem petróleo, carnes, automóveis e tratores. Já as importações chilenas são lideradas por salmão, vinhos e cobre.
Brasil e Chile compartilham o compromisso com a integração regional e atuam conjuntamente para estreitar o diálogo entre Mercosul e Aliança do Pacífico, além de manterem cooperação em áreas como defesa, ciência, energia, mineração e meio ambiente.
fonte:agência gov
foto:Partido dos Trabalhadores
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