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Ponte Hercílio Luz, Florianópolis: salto de 'bungee jump', emoção e saudosismo marcam reabertura

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Centenas de moradores acompanharam a cerimônia nesta segunda-feira. Muitos aproveitaram para matar saudade e voltar a passar pela estrutura.
Arte/G1
Ponte Hercílio Luz é reaberta em Florianópolis depois de 28 anos interditada
A reabertura da ponte Hercílio Luz em Florianópolis reuniu centenas de pessoas na cabeceira insular da ponte no Parque da Luz, no Centro da capital catarinense. O calor de quase 30ºC por volta das 11h não espantou turistas, moradores de todas as idades que aguardaram para conseguir passar pela ponte. A maior parte ficou na cabeceira esperando para passar, mas teve morador que desfilou em carros antigos e até quem se arriscou e pulou de bungee jump (veja no vídeo abaixo).
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FOTOS: Veja fotos da reabertura da ponte Hercílio Luz
Inauguração da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis
Tiago Ghizoni / NSC
O casal Neusa Ferreira e Adão Pedro da Rosa foi um dos que chegaram cedo, perto das 8h. Preparados, eles trouxeram cadeiras de praia, comida, água e guarda-chuvas para se abrigarem do sol forte. Nenhum dos dois havia passado pelo estrutura. “Acho que vai ser uma melhoria para o trânsito”, disse Neusa.
Casal Neusa e Adão chegaram por volta das 8h para acompanhar reabertura da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis
Joana Caldas/G1
Há anos aguardando para poder voltar a passar pela Hercílio Luz, Vera Vilain, moradora do bairro Agronômica, na Ilha de Santa Catarina, chegou ao Parque da Luz com a sobrinha Valdete Hermenegildo por volta das 9h para garantir um local sentada sob uma sombra de um dos pilares do monumento no mirante do local.
Reabertura da Ponte Hercílio Luz é celebrada por catarinenses
As duas mataram a saudade de ver o cartão-postal da cidade aberto. “Eu moro em Itajaí, mas estou sempre aqui e vim para ver a reabertura”, conta Valdete. Já Vera tem uma ligação ainda mais especial com a Hercílio Luz.
Por volta das 9h, moradores começaram a garantir lugar e sombra no mirante do Parque da Luz, em Florianópolis
Valéria Martins/G1 SC
“Sou da ilha e gosto de valorizar as coisas daqui. Minha mãe acompanhou a construção da ponte e veio na abertura em 1926. Ela me contava isso . Eu tinha que vir na reabertura, mais uma motivação para eu estar aqui. Vou passar, nem que seja só para dar um 10 passos”, conta Vera.
Vera (D) e a sobrinha Valdete marcaram presença na reabertura ponte
Valéria Martins/G1 SC
Quem também se emocionou e foi um das primeiras a passar pela ponte quando houve a abertura na passagem para pedestres foi Vanda Maria Domingos Fernandes, de 77 anos. “É bem emocionante. Passava aqui com 7 anos com o meu pai para ir na casa da minha tia, no Continente. É um sonho realizado, é muito lindo!”, disse.
Vanda Maria Domingos Fernandes, de 77 anos, emocionou-se com a reabertura da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis
Joana Caldas/G1
Outra que já tinha atravessado a ponte anteriormente é a moradora do Continente Liane Glufke, de 59 anos. “Passei uma vez em 1980 de Fusca. Achei lindo, depois nunca mais”, disse. Ela caminhou pela ponte a partir da cabeceira continental. “Nunca dei tanta gargalhada, foi uma experiência maravilhosa”, resumiu.
Liane Glufke veio com sombrinha antiga passar pela Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis
Joana Caldas/G1
Amigos relembram histórias com a ponte
Amigos se reuniram para ver a reabertura da ponte Hercílio Luz
Valéria Martins/G1 SC
Próximo do palco onde foi realizada a cerimônia de abertura, três amigos tentavam se proteger do sol à sombra de uma árvore. O local era disputado entre os moradores, coral do Besc (Banco do Estado de Santa Catarina) e banda de música da Polícia Militar, que tocou o Hino Nacional e o Hino de Santa Catarina na cerimônia de reabertura.
A gaúcha Universina Nunes de Oliveira Ramos também teve um parente que acompanhou de perto a construção da ponte. Segundo ela, o avô foi o engenheiro fiscal da obra e veio do Rio Grande do Sul para trabalhar em Florianópolis, onde casou e teve filhos.
“Eu vim em homenagem ao meu avô. Tenho amigos aqui e estou na casa deles, não podia perder esse momento”, conta a médica.
Ela veio acompanhada da amiga Marisa Fantin. “Eu passei pela ponte quando passei no vestibular e vim do Rio Grande do Sul para fazer medicina aqui na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ainda era de madeira”.
A ponte de madeira foi marcante também na vida de João Batista Ramos Ribas. O amigo das duas médicas se acidentou na ponte no fim da década de 1960. “Eu estava indo para o Estreito e estava muito molhado. A pista tinha só o trilho da roda e de madeira, com aquela chuva, tava molhado, derrapou e meu carro virou para o outro lado. Por sorte ninguém se machucou”, relembra.
Ponte Hercílio Luz ficou cheia de pedestres na reabertura
Valéria Martins/G1 SC
Realização de sonho
Os namorados Nereles Nunes e Emir José da Silva foram na reabertura para matar saudades da estrutura e tentar atravessar a ponte. Os dois passaram pela Hercílio Luz antes de ser interditada, quando ainda nem se conheciam. Emir enfatizou que a ponte era de madeira e também teve um familiar envolvido no local.
Casal de namorados passou na ponte quando não se conhecia e foi na reabertura juntos para matar saudade
Valéria Martins/G1 SC
“Meu pai trabalhou por muitos anos aqui na ponte. Eu passei a pé e também de carro”. Já para Nereles, estar na reinauguração da ponte é uma realização.
“Hoje é um dia muito feliz, meu sonho era passar por ela de novo”, disse Nereles.
Ailton Martins também passou de carro, de Fusca, na década de 1980. Morador do Sul da Ilha, estava aguardando diminuir o tumulto em torno da ponte para pisar da ponte. Atualmente, com baixa visão, ele não dirige e quer passar a pé ou de ônibus, quando tiver. “Vou matar a saudade”, disse.
Movimentação de perto
Sombras próximas à cabeceira da ponte Hercílio Luz foram disputadas por moradores, músicos e autoridades
Valéria Martins/G1 SC
Trabalhadores da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) há anos, Altair Lima e José Correra são responsáveis pelos cuidados com os jardins e manutenção do parque da Luz. As árvores que eles cuidam diariamente ajudaram muitas pessoas a acompanharem a abertura da ponte sem se exporem tanto ao calor intenso que fazia. “Está muito calor e todo mundo procurando uma sombrinha”, brincou José Correa.
Casal natural do Vale do Itajaí mora há 30 anos em Florianópolis e foi na reabertura da ponte Hercílio Luz
Valéria Martins/G1 SC
Sob a sombra de algumas flores estava o casal natural do Vale do Itajaí e que chegou a Florianópolis três anos antes de a ponte ser interditada. Por volta das 11h, a estrutura estava cheia de pedestres nas duas passarelas e José Christiano Ventura e Verônica Valinga Ventura estavam aguardando o local ficar mais vazio para tentar passar.
“Eles deveriam deixar aquela estrutura embaixo da ponte, pois além de mais seguro ficava mais bonito, gostei assim”, disse Verônica. “Vamos esperar para passar, a gente mora na Trindade, é perto. Se não der para passar hoje, a gente passa outro dia. A ponte não vai mais cair mesmo”, brincou ele.
Passarelas da ponte Hercílio Luz ficaram cheias de pedestres
Valéria Martins/G1 SC
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