Meio Ambiente

PGR pede esclarecimentos a Salles sobre acusações de favorecimento a madeireiros

PGR pede esclarecimentos a Salles sobre acusações de favorecimento a madeireiros thumbnail

No mês passado, PF enviou ao Supremo notícia-crime contra ministro do Meio Ambiente. Relatora do caso, Cármen Lúcia determinou à PGR que se manifeste sobre o caso. Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu esclarecimentos ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre a acusação de que teria tentado dificultar investigações da Polícia Federal e defender interesse de madeireiros.
As informações servirão para que o Ministério Público avalie se pedirá a abertura de inquérito para investigar o caso.
Em abril, o então superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra Salles por suposta ajuda a madeireiros. O governo trocou a chefia da PF no estado.
A notícia-crime é um instrumento usado para alertar uma autoridade — a polícia ou o Ministério Público — da ocorrência de um ato ilícito. O STF deve decidir se abre a investigação contra Salles ou se arquiva o caso.
Ainda no mês passado, a relatora do caso no Supremo, Cármen Lúcia, determinou à PGR que se manifeste sobre o caso.
É praxe que ministros do STF enviem esse tipo de ação para manifestação da Procuradoria, responsável por propor investigação do de autoridades com foro ao Supremo.
Cármen Lúcia manda PGR se manifestar sobre notícia-crime contra Ricardo Salles
Entenda o caso
As notícias-crime envolvem a suspeita de que Salles, o senador Telmário Mota (Pros-RR) e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, tenham agido para dificultar a investigação da Polícia Federal sobre a maior apreensão de madeira da história e defender o interesse de madeireiros.
No fim do ano passado, mais de 200 mil metros cúbicos no valor de R$ 130 milhões de madeira foram apreendidos na Operação Handroanthus. Salles e Telmário têm feito declarações contrárias à operação da Polícia Federal que levou à apreensão.
Em março, o ministro chegou a visitar a região e se reunir com os madeireiros para tratar do tema.
Em nota quando a notícia-crime foi apresentada, o senador Telmário Mota negou ter praticado irregularidades. Acusou o delegado Alexandre Saraiva de “buscar holofotes” e disse que a acusação é “sem fundamento e elaborada apenas para ganhar espaço na mídia e nas redes sociais”.