Meio Ambiente

Pesquisadores registram ciclo reprodutivo dos golfinhos em Fernando de Noronha

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Projeto Golfinho Rotador indica que os mamíferos têm dois picos de nascimento por ano. Maio é indicado para ver os recém-nascidos, no primeiro semestre. Os filhotes acompanham os golfinhos adultos
Projeto Golfinho Rotador/Divulgação
Pesquisadores do Projeto Golfinho Rotador intensificaram, este mês, o monitoramento com o uso de embarcações. O objetivo é registrar os primeiros momentos dos animais recém-nascidos, em Fernando de Noronha.
Esses mamíferos têm dois picos de nascimento ao longo do ano. No primeiro semestre, os partos ocorrem entre março e abril. No segundo semestre, os nascimentos acontecem entre agosto e setembro.
Os pesquisadores registraram a amamentação dos golfinhos
Projeto Golfinho Rotador/Divulgação
Por causa desse comportamento, maio é o mês é ideal para avistar os primeiros filhotes da temporada 2021, de acordo com os pesquisadores.
Segundos os estudiosos, as áreas de concentração da espécie são a Baía de Santo Antônio, a Baía dos Golfinhos e regiões entre ilhas.
“Com o monitoramento embarcado, nós conseguimos observar uma área maior. Nesse trabalho observamos o deslocamento, grupos de cópulas e identificamos os filhotes. Nós confirmamos o pico de nascimento, nos meses de março e abril, uma vez que constatamos uma grande quantidade de filhotes neste mês de maio”, afirmou a pesquisadora do Projeto Golfinho Rotador, Priscila Medeiros.
Os golfinhos-rotadores frequentam Noronha diariamente
Projeto Golfinho Rotador/Divulgação
Os estudiosos estimam que cerca de 360 golfinhos frequentam Noronha por dia. Os pesquisadores não conseguem estimar, no entanto, quantos animais nascem por ano.
A gestação é de dez meses e meio a fêmea tem apenas um filhote a cada três anos. O arquipélago é um local de grande importância para esses mamíferos.
“A espécie, que é oceânica, encontra em Fernando de Noronha baías calmas, com água transparente, qualidades que atraem os golfinhos-rotadores”, explicou Priscila.
A pesquisadora disse, ainda, que a preservação do arquipélago é importante para os golinhos-rotadores.
“Os golfinhos-rotadores visitam Noronha diariamente para se reproduzir, cuidar dos filhotes, descansar e se abrigar dos predadores. Os resultados das pesquisas só reforçam a necessidade da conservação de Fernando de Noronha”, falou a estudiosa.
Sexo
Os golfinhos-rotadores, que cientificamente são chamados de Stenella longirostris, fazem sexo em grupo.
“Os grupos de cópula têm de 50 a 150 indivíduos. Nos atos sexuais, podem ocorrer de uma fêmea para 20 a 30 machos. Os machos se reservam na cópula com as fêmeas”, revelou Priscila Medeiros.
O ato sexual dos golfinhos é realizado em grupo
Projeto Golfinho Rotador/Divulgação
Os estudiosos explicaram que o macho se posiciona de barriga para cima para realizar o ato sexual. Os grupos de cópulas são coesos e agitados, informam os pesquisadores.
O macho fica por baixo no ato sexual
Projeto Golfinho Rotador/Divulgação
Os pesquisadores classificaram que as fêmeas têm múltiplos parceiros, que não são fixos. Além dos filhotes, nos passeios de barco, é possível observar a cópula dos golfinhos.
O Projeto Golfinho Rotador desenvolve pesquisa do comportamento desses animais em Fernando de Noronha há 30 anos com apoio do Programa Petrobras Socioambiental.
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