Economia

Operação Greenfield denuncia 29 ex-gestores de fundos de pensão por gestão temerária

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Segundo o MPF, prejuízo foi de quase R$ 5,5 bilhões. Esteves Colnago, chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia é um dos denunciados e ainda não se pronunciou. O força-tarefa da Operação Greenfield no Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta quinta-feira (9), 29 ex-gestores de fundos de pensão por gestão temerária.
De acordo com a denúncia, os ex-gestores causaram prejuízo de R$ 5,5 bilhões aos fundos de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras; Funcef, dos colaboradores da Caixa Econômica Federal; Previ, dos funcionários do Banco do Brasil; e Valia, dos trabalhadores da Vale.
Os procuradores denunciam que os ex-gestores ignoraram os riscos dos investimentos, as diretrizes do mercado financeiro, do Conselho Monetário Nacional, dos regimentos internos dos fundos, e não realizaram estudos de viabilidade sobre os aportes.
Os crimes foram praticados entre 2011 e 2012 e consumados até 2016, quando ocorreram os últimos aportes no Fundo de Investimentos e Participações (FIP) Sondas.
O FIP Sondas é um veículo de investimento da empresa Sete Brasil Participações. A Sete seria responsável pela construção de sondas, unidades de perfuração, que viabilizariam a exploração do pré-sal.
O MPF diz que a Sete Brasil surgiu após a descoberta do pré-sal, em 2006, quando a Petrobras verificou que não existiam unidades de perfuração em quantidade suficiente para a demanda de exploração, e que seria necessária outra empresa disposta a assumir os riscos e construir as sondas, pois a estatal já não estava em boas condições financeiras.
Os procuradores afirmam que foi a Petrobras quem procurou os fundos de pensão para que investissem no FIP Sondas, com a aprovação do Governo Federal. A Sete Brasil seria responsável pela construção de sete sondas, do total de 28. No entanto, acabou sendo contratada para a construção das 28.
Os aportes dos fundos de pensão na empresa deveriam acontecer de 2011 a 2019. Mas, de acordo com a denúncia, por má gestão dos fundos e da própria Sete Brasil, os investimentos foram antecipados, sendo integralmente aportados em 2016, sem a conclusão do projeto.
A ação apura apenas o crime de gestão temerária praticado pelos administradores dos fundos. Segundo a Força-Tarefa da Greenfield, caso demonstrada a ocorrência de corrupção, novas denúncias poderão ser apresentadas (relembre a operação no vídeo abaixo).
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Entre os denunciados está Esteves Colnago, atual Chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia e ex-ministro do Planejamento.
Na época dos fatos apurados, Colnago era gestor do Funcef. O G1 entrou em contato com o Ministério da Economia, mas até a última atualização desta reportagem não recebeu resposta sobre a denúncia.
Saiba quem são os 29 denunciados:
Ex-gestores do Funcef:
Antônio Bráulio de Carvalho
Carlos Augusto Borges
Carlos Alberto Caser
Demósthenes Marques
Esteves Pedro Colnago Júnior
Fabiana Cristina Meneguêle Matheus
Mauricio Marcellini Pereira
José Miguel Correia
Olívio Gomes Vieira
Raphael Rezende Neto
Ex-gestores do Previ:
Marco Geovanne Tobias da Silva
Ricardo José da Costa Flores
Renê Sanda
Ricardo Carvalho Giambroni
Ex-gestores do Petros:
Luis Carlos Fernandes Afonso
Carlos Fernando Costa
Newton Carneiro da Cunha
Manuela Cristina Lemos Marçal
Wilson Santarosa
Paulo Teixeira Brandão
Regina Lúcia Rocha Valle
Ronaldo Tedesco Vilardo
Jorge José Nahas Neto
Diego Hernandes
Nilton Antônio de Almeida Maia
Paulo César Chamadoiro Martin
Ex-gestores do Valia:
Mauricio da Rocha Wanderley
Eustáquio Coelho Lott
Marcella Bacelar Sleiman