Banner GDF – Creche
Política Últimas Notícias

Nova lei reserva 30% das vagas no serviço público para negros, indígenas e quilombolas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta segunda-feira (3), o Projeto de Lei nº 1.958/2021, que amplia a política de cotas no serviço público federal. A nova legislação garante a reserva de 30% das vagas em concursos públicos e processos seletivos temporários para pessoas negras, indígenas e quilombolas.

A medida substitui a antiga Lei de Cotas, que desde 2014 previa a destinação de 20% das vagas apenas para pessoas negras (pretas ou pardas). Agora, além de aumentar o percentual para 30%, a nova lei amplia o alcance, incluindo pela primeira vez os povos indígenas e comunidades quilombolas no critério de reserva de vagas.

“É importante permitir que esse país um dia possa ter uma sociedade com a cara da própria sociedade nas repartições públicas, no Ministério Público, no Itamaraty, na Procuradoria-Geral, na Receita, em tudo quanto é lugar. Ainda temos poucas mulheres, poucos negros, quase que nenhum indígena. Isso é resultado de uma briga que precisamos fazer todo santo dia. Não tem trégua”, afirmou o presidente Lula durante a cerimônia de sanção.

Onde se aplica

A reserva de vagas será obrigatória em concursos e processos seletivos para:

  • Cargos efetivos e empregos públicos;

  • Autarquias e fundações públicas;

  • Empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União;

  • Seleções simplificadas para contratações temporárias de interesse público.

A regra valerá sempre que o número de vagas oferecidas for igual ou superior a três. As cotas serão aplicadas de forma proporcional, com os candidatos cotistas concorrendo também na ampla concorrência.

Reconhecimento histórico

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou o caráter histórico da nova legislação:

“Hoje aqui, com certeza, é mais um dia histórico, um dia em que o Estado brasileiro reconhece de forma concreta os direitos dos povos indígenas, quilombolas e da população negra de ocuparem espaços que historicamente lhes foram negados”, disse.

Caminho para igualdade

A medida faz parte do esforço do governo federal para promover inclusão, diversidade e justiça social no acesso aos espaços públicos de poder e decisão. O objetivo é garantir que os quadros da administração pública reflitam com mais fidelidade a composição racial e étnica da sociedade brasileira.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), negros representam mais de 56% da população brasileira, mas ainda estão sub-representados nos quadros do funcionalismo público, sobretudo em cargos de liderança e prestígio.

 Voz de Brasília 

Fonte: Blog do Riella

Foto: foto da web