Morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, o renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, um dos maiores nomes da fotografia mundial. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização ambiental fundada por ele e sua esposa, a arquiteta e companheira de vida Lélia Deluiz Wanick Salgado.
“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de Lélia, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, afirmou o Instituto em nota.
Uma vida dedicada à humanidade e ao planeta
Nascido em Aimorés (MG), em 1944, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior foi formado em economia, mas encontrou sua vocação na fotografia em 1973, aos 29 anos. Com uma carreira marcada por imagens poderosas em preto e branco, tornou-se referência internacional em fotografia documental, captando tanto a beleza da natureza quanto a dureza das condições humanas em diferentes partes do mundo.
Entre seus trabalhos mais marcantes estão:
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“Trabalhadores”, com registros das condições de trabalho pelo mundo;
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As impressionantes fotos da Serra Pelada, nos anos 1980;
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“Êxodos”, um ensaio sobre populações migrantes em mais de 120 países.
Seu trabalho foi reconhecido com prêmios e exposições em diversos continentes. Em 2013, teve sua trajetória retratada no premiado documentário “O Sal da Terra”, dirigido por Wim Wenders e seu filho, Juliano Ribeiro Salgado.
Compromisso com a terra e a vida
Além de seu legado fotográfico, Salgado deixou também uma profunda contribuição ambiental. Em 1998, fundou o Instituto Terra, uma organização voltada ao reflorestamento e à recuperação da Mata Atlântica, em sua cidade natal. O projeto se tornou símbolo mundial de regeneração ambiental e de esperança.
Despedida e reflexões
Em 2024, Salgado anunciou sua aposentadoria dos trabalhos de campo, dizendo ao jornal inglês The Guardian que seu corpo já não suportava os efeitos de décadas em ambientes extremos. Na ocasião, fez uma declaração marcante:
“Sei que não viverei muito mais. Mas não quero viver muito mais. Já vivi tanto e vi tantas coisas.”
Sebastião Salgado deixa esposa, filhos e um legado inestimável de imagens e ideias que desafiaram a indiferença e exaltaram a dignidade humana e a preservação do planeta.
Voz de Brasília – Em memória de uma vida que fotografou a verdade do mundo
Fonte: Blog do Riella
Foto: foto da web
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