Em meio à Semana de Combate ao Trabalho Infantil, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou, nesta segunda-feira (10), um balanço alarmante: 6.372 crianças e adolescentes foram afastados de situações de trabalho infantil no Brasil entre 2023 e abril de 2025. Os dados antecedem o Dia Nacional e Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, celebrado em 12 de junho, e refletem o esforço da Auditoria Fiscal do Trabalho em combater especialmente as piores formas de exploração, como atividades perigosas, insalubres e degradantes.
Os números mostram que:
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Em 2023, foram 2.564 casos;
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Em 2024, houve aumento, com 2.741 crianças e adolescentes resgatados;
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E nos quatro primeiros meses de 2025, já foram 1.067 casos identificados.
Cerca de 86% dos casos envolviam trabalhos com graves riscos ocupacionais, prejudicando diretamente o desenvolvimento físico, psicológico e social das vítimas.
Perfil das vítimas e setores mais afetados
A maioria dos casos envolveu meninos (74%), enquanto meninas representaram 26%. A faixa etária mais atingida foi a de 16 a 17 anos, com 4.130 adolescentes, seguida por:
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14 a 15 anos: 1.451 casos;
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Até 13 anos: 791 casos, mesmo com proibição absoluta de trabalho nessa idade.
As principais atividades em que o trabalho infantil foi detectado incluem:
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Comércio varejista;
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Alimentação (como bares e restaurantes);
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Oficinas de manutenção automotiva;
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Agricultura e pecuária.
E depois do resgate?
Após a identificação, a criança ou adolescente é afastado imediatamente da atividade, e o caso é comunicado a órgãos de proteção, como:
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Conselhos tutelares;
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Secretarias de assistência social e educação;
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Ministério Público do Trabalho (MPT);
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Ministério Público Estadual.
Adolescentes com mais de 14 anos podem ser encaminhados a programas de aprendizagem profissional, com direitos trabalhistas e previdenciários garantidos, promovendo uma inserção segura no mercado de trabalho e sem prejuízo à escolarização.
“O trabalho infantil rouba o futuro”
Para o coordenador nacional de Fiscalização do Trabalho Infantil, Roberto Padilha Guimarães, o combate à exploração é um dever de toda a sociedade:
“O trabalho infantil compromete o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, afasta-os da escola e perpetua a pobreza. Só com esforço coletivo — entre governo, empregadores, trabalhadores, sindicatos e sociedade civil — poderemos garantir um futuro com dignidade e oportunidades reais para todos”.
Denúncias
Para denunciar casos de trabalho infantil, o MTE disponibiliza o sistema digital Ipê Trabalho Infantil, acessível em:
🔗 https://ipetrabalhoinfantil.trabalho.gov.br
Voz de Brasília
fonte: agência gov
foto: foto da web
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