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Lula defende ação global imediata contra crise climática em cúpula virtual com líderes mundiais

Por Voz de Brasília

Durante a Cúpula Virtual sobre Ambição Climática, realizada nesta terça-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo direto à comunidade internacional pela urgência em combater os efeitos das mudanças climáticas. O encontro, liderado por Lula e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, reuniu 17 chefes de Estado e governo, incluindo representantes da China, União Europeia e blocos regionais como a União Africana e a Caricom.

Lula destacou a necessidade de um “mutirão global” para transformar compromissos em ações concretas, sobretudo diante da proximidade da COP30, que será realizada no Brasil, em novembro. “Negar a crise climática não vai fazê-la desaparecer. Precisamos garantir que o multilateralismo e a cooperação internacional continuem sendo a base da resposta global à mudança do clima”, afirmou.

O presidente brasileiro criticou o descumprimento de promessas anteriores e convocou uma mobilização ampla e inclusiva para garantir uma transição justa, com ênfase em justiça climática, inclusão de povos marginalizados e participação ativa do Sul Global.

Contribuições climáticas e plano nacional

Lula citou a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil, apresentada na COP de Baku, que prevê uma redução de 59% a 67% das emissões de gases de efeito estufa até 2035. Também anunciou que o governo está finalizando um Plano Clima, que abrangerá estratégias de mitigação, adaptação e justiça climática.

Atualmente, apenas 10% dos países membros da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima atualizaram suas metas nacionais. Lula pediu que a COP30 seja marcada como o momento da implementação dos acordos já firmados em conferências anteriores.

Engajamento político e mobilização ética

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou uma parceria com a ONU para promover o chamado “balanço ético global”, iniciativa que contará com uma série de eventos ao longo de 2024, com foco no engajamento de lideranças jovens, religiosas, cientistas, artistas e povos originários.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reforçou que a COP30 deve representar a COP da implementação, com avanços concretos em temas como: eficiência energética, fim dos combustíveis fósseis, combate ao desmatamento e financiamento climático.

ONU cobra responsabilidade histórica dos países desenvolvidos

Em declaração à imprensa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que os efeitos da crise climática atingem desproporcionalmente os países menos responsáveis por ela. “Enquanto a África abriga 60% dos melhores recursos solares do mundo, responde por apenas 1,5% da capacidade solar instalada e recebe só 2% dos investimentos globais em energia renovável. Precisamos mudar isso urgentemente”, destacou.

Guterres defendeu a criação de um roteiro confiável para mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, voltado ao apoio aos países em desenvolvimento. Ele também cobrou dos países ricos o cumprimento da promessa de dobrar o financiamento para adaptação climática para pelo menos US$ 40 bilhões anuais ainda em 2024.

fonte:Blog do Riella

foto:Agência Gov – EBC

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