Economia

Grupo Volkswagen cita crise sem precedentes ao fazer balanço de vendas do 1º trimestre

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Montadora diz que lucro no ano ficará bem abaixo de 2019. Fábricas europeias começaram a funcionar de novo; no Brasil, reabertura é prevista para maio. Elevador de carros na sede da VOlkswagen em Wolfsburg, na Alemanha
Michael Sohn/AP
O Grupo Volkswagen, um dos líderes em vendas de veículos no mundo, citou uma “crise sem precedentes” ao divulgar o balanço do 1º trimestre deste ano, impactado pela pandemia de coronavírus.
As entregas, como a empresa chama as vendas, caíram 23% em relação ao mesmo período de 2019, especialmente nas regiões Ásia-Pacífico e Europa. A receita caiu 8,3%, para 55,1 bilhões de euros. E o lucro operacional caiu de 3,9 bilhões de euros para 900 milhões.
“A pandemia de Covid-19 impactou substancialmente nossos negócios no primeiro trimestre. Tomamos inúmeras medidas para cortar custos e garantir liquidez, enquanto continuamos robustos financeiramente”, disse Frank Witter, que comanda a área de finanças, que chamou o momento de “crise sem precedentes”.
A montadora adiantou que espera que o lucro operacional no ano fique “significativamente abaixo” de 2019 e que o retorno sobre investimento não alcance a meta mínima.
Gol é destacado
Ao falar apenas da marca Volkswagen, a montadora destacou a “popularidade” do T-Cross, SUV lançado no ano passado, e a alta nas vendas de Gol e Passat, “contrariando a tendência”.
O Gol foi o quinto carro mais vendido no primeiro trimestre no Brasil, segundo a federação dos concessionários, a Fenabrave. Foram emplacadas 17.655 unidades. O volume é um pouco maior do que o do mesmo período de 2019, quando o Gol foi o sétimo mais vendido no país.
As vendas de carros no Brasil de janeiro a março caíram 8,2%, na comparação com o ano anterior, mas o impacto foi maior em março (-22%), quando a pandemia do coronavírus começou a se espalhar e causou as primeiras mortes no país.
Em meados do mês passado, restrições de governos estaduais fizeram as lojas fecharem e também as fábricas. A maioria continua parada. Isso deve gerar um impacto ainda maior nos números de abril, que serão divulgados no começo do mês pela Fenabrave e a associação das montadoras, a Anfavea.
Retomada
O grupo também citou a retomada da produção na China e o início desse movimento na Alemanha, citando que as concessionárias do país europeu voltaram a funcionar na semana passada.
Na última segunda (27), a fábrica de Wolfsburg, a maior do grupo, também voltou à atividade. Uma semana antes, a Volkswagen já havia anunciado a reabertura de unidades na Eslováquia, Portugal, Espanha, Rússia e Estados Unidos nessa mesma data.
Ao longo de maio, será a vez das fábricas do Brasil, Argentina, México e África do Sul. A intenção de retomada no Brasil no mês que vem foi confirmada pela filial e, inicialmente, a produção ocorrerá em um único turno. A divisão de caminhões já voltou a produzir para as marcas Volkswagen e Scania.