Economia

Governo vai ter de discutir programas se país não superar crise do coronavírus em 3 meses, diz secretário do Tesouro

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Mansueto Almeida afirmou nesta quinta-feira que programas de auxílio emergencial foram desenhados para um prazo de três. Secretário garantiu que preocupação neste ano não é com o ajuste fiscal, mas com a vida dos brasileiros. O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira (30) que a equipe econômica vai ter de discutir o arcabouço dos programas emergenciais criados para o período de pandemia do coronavírus se a crise não for superada no prazo de três meses.
Para ajudar no combate da crise econômica, o governo adotou uma série de medidas com o objetivo de garantir alguma renda para trabalhadores afetados pela pandemia. A mais importantes delas prevê um auxílio mensal de R$ 600 a ser pago em três parcelas.
Tire suas dúvidas sobre o auxílio emergencial de R$ 600
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, em foto de fevereiro de 2020
Daniel Resende/Futura Press/Estadão Conteúdo
“Se a situação continuar muito grave, teremos de voltar à mesa e ver quais programas serão renovados, em quais valores”, afirmou Mansueto em live promovida pelo jornal Folha de S.Paulo. “O Brasil se preparou e aprovou vários programas para um lockdown de três meses.”
Na avaliação do secretário, ainda é difícil saber como será a evolução da curva de infectados e óbitos no Brasil por coronavírus. Nesta quinta, o país chegou a marcar de 5.901 mortes e 85.380 casos.
“Se, de fato, daqui a três meses a gente estiver numa situação de grave risco, vamos ter de ver a renovação de alguns desses programas. O mais importante neste ano não é o ajuste fiscal, mas e garantir a vida das pessoas”, afirmou o secretário.
O auxílio emergencial de R$ 600 tem um custo de R$ 130 bilhões. Segundo o secretário, esse valor equivale as despesas não obrigatórias de um ano do governo.
Piora fiscal
Com o impacto do coronavírus, o Tesouro avalia que as contas públicas deverão ter rombo próximo de R$ 600 bilhões em 2020, o que equivale a 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Se esse número se confirmar, será o maior valor da série histórica do Banco Central, iniciada em 2001.
Segundo Mansueto, apesar da piora fiscal prevista para este ano, é importante que o país siga com a agenda de reformas depois de superada a crise provocada pelo coronavírus.
“Se a gente fizer muita coisa errada, não der os sinais de reformas, de continuidade da agenda fiscal, mesmo que gradual, de que Brasil vai continuar melhorando as contas fiscais, pode pode ter algum estresse (no mercado)”, disse o secretário. “O mercado se preocupa com sinalização e tendência.”
Na semana passada, o governo causou um ruído no mercado ao apresentar o programas Pró-Brasil, plano de retomada econômica para superar a crise do coronavírus. A medida prevê a aplicação de R$ 30 bilhões em investimentos em obras públicas de grande porte, e também em concessões, para gerar 1 milhão de empregos.
O plano foi anunciado sem a presença de integrantes do Ministério da Economia e abriu dúvidas no mercado financeiro se o governo Jair Bolsonaro pode aderir a uma política econômica mais intervencionista.
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Neste semana, o ministro da Casa Civil, Braga Netto, negou qualquer tipo de conflito.
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