Economia

Economia cresce em junho, mas recua 0,3% no 2º trimestre, diz Monitor do PIB da FGV

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“Ainda há um longo caminho para a retomada mais robusta da economia”, diz Claudio Considera, coordenador da pesquisa. A economia brasileira encolheu 0,3% no segundo trimestre de 2021, na comparação com os três meses antecedentes. Apenas em junho, teve crescimento de 1,2% perante maio, conforme o Monitor do PIB, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), na análise da série dessazonalizada. Na comparação interanual, a economia cresceu 12,1% no segundo trimestre e 10,1% em junho.
“No segundo trimestre, com relação ao mesmo trimestre do ano anterior, a economia seguiu no ritmo de intenso crescimento, observado no primeiro trimestre, devido à baixa base de comparação em 2020. Com exceção da agropecuária, todas as atividades econômicas e componentes da demanda tiveram resultados positivos. Entretanto, a economia apresentou retração de 0,3% no segundo trimestre comparado ao primeiro, evidenciando que houve certo otimismo com o resultado do primeiro trimestre, mostrando que ainda há um longo caminho para a retomada mais robusta da economia”, diz Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB.
Segundo o FGV Ibre, o consumo das famílias cresceu 12,5% no segundo trimestre, no confronto com um ano antes. “Pelo terceiro mês consecutivo, todos os componentes apresentaram crescimento, com destaque ao elevado crescimento de serviços (9,4%), produtos duráveis (48,4%) e semiduráveis (90,2%)”, destaca no documento. Na série com ajuste sazonal, o consumo das famílias cresceu 0,8% ante o trimestre anterior.
A análise desagregada dos componentes da demanda foi feita na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes, conforme o FGV Ibre.
A formação bruta de capital fixo (FBCF, um indicativo de investimentos) aumentou 35,2% no segundo trimestre em relação a igual período de 2020. O elevado crescimento do componente de máquinas e equipamentos (85,7%) segue sendo o principal responsável por esse desempenho significativo. Isso se deveu, em grande parte, ao aumento de automóveis, caminhões e veículos automotores em geral. Entretanto, na taxa trimestral dessazonalizada contra o primeiro trimestre, a FBCF teve retração de 2,2%.
A exportação teve expansão de 12,9% no segundo trimestre, perante um ano antes, diz o FGV Ibre. Foi registrado crescimento em todos os componentes da exportação, com exceção da agropecuária que apresentou queda de 0,2%.
A importação apresentou crescimento significativo de 37,6% no segundo trimestre, em comparação ao mesmo período de 2020, diz o Ibre. Todos os componentes da importação apresentaram elevadas taxas de crescimento, com destaque para serviços (23,4%) que teve resultado positivo pelo segundo mês consecutivo.