Economia

Dívida pública sobe 1,56% em agosto e alcança R$ 4,412 trilhões

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Informação foi divulgada pela Secretaria do Tesouro Nacional. Alta é reflexo das emissões de títulos, que superaram os resgastes em R$ 31,89 bilhões no mês passado. A dívida pública federal em títulos – que inclui os débitos do governo no Brasil e no exterior – registrou aumento de 1,56% em agosto e atingiu R$ 4,412 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta segunda-feira (28).
Em julho, a dívida somava R$ 4,344 trilhões.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Ou seja, para pagar despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos.
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No mês passado, de acordo com o governo, a dívida subiu porque as emissões de títulos públicos superaram as retiradas de papéis do mercado em R$ 31,89 bilhões.
Segundo o governo, também houve apropriação positiva de juros, que é quando eles passam a fazer parte do principal da dívida, no valor de R$ 35,93 bilhões.
Em agosto, o Tesouro emitiu R$ 114,102 bilhões em títulos – o maior valor para o mês desde o início da série histórica, em 2006 – e retirou R$ 82,208 bilhões do mercado.
O governo espera crescimento da dívida pública neste ano, por causa do aumento de gastos para conter o impacto da pandemia da Covid-19.
Investidores estrangeiros
Os números do Tesouro Nacional revelam que, em agosto, houve um aumento na participação dos investidores estrangeiros. Em julho, os não residentes no país detinham 9,04% da dívida total, o equivalente a R$ 372,41 bilhões. Já em agosto, essa participação passou para 9,4%, totalizando R$ 392,51 bilhões. A participação de não residentes vinha caindo nos últimos meses.
Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, o Tesouro espera uma tendência de aumento da participação de não-residentes na dívida pública quando o país avançar com o processo de consolidação fiscal, com as reformas econômicas.
Ele destacou que essa alta em agosto pode estar relacionada ao aumento das taxas de juros que atingiram níveis mais atrativos, com taxas de retorno melhores para os investidores.
Segundo Vital, o aumento da curva de juros locais mostra preocupação de investidores com o cenário fiscal. Com essa preocupação há uma preferência por títulos de curto prazo.
Segundo o Tesouro, as emissões de agosto favoreceram os títulos prefixados de 6 meses e de 48 meses, que são títulos menos arriscados e mais fáceis de vender no mercado doméstico.