O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito o novo papa nesta quinta-feira (8/5), adotando o nome de Leão XIV. Natural de Chicago, Illinois, nos Estados Unidos, Prevost torna-se o 267º pontífice da Igreja Católica e o primeiro norte-americano a ocupar o cargo.
Em seu primeiro discurso, o novo papa homenageou o antecessor, Francisco, e fez um apelo pela paz. Além da cidadania norte-americana, Leão XIV também possui nacionalidade peruana, país onde atuou como missionário e arcebispo emérito de Chiclayo, consolidando sua trajetória eclesiástica.
Leão XIV foi eleito por pelo menos 89 dos 133 cardeais votantes, superando os dois terços necessários para a escolha. Até então, Prevost ocupava duas funções de grande relevância no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. Ambos os cargos o colocaram em posição de destaque na administração da Igreja.
Nascido em 14 de setembro de 1955, Robert Prevost ingressou na Ordem de Santo Agostinho (OSA) em 1977, aos 22 anos. Sua missão no Peru teve início em 1985, onde se destacou e percorreu grande parte da sua carreira religiosa. Em 2015, foi nomeado bispo da Diocese de Chiclayo. Em 2023, o então papa Francisco o escolheu para comandar o Dicastério para os Bispos, um dos cargos mais estratégicos da Santa Sé.
Leão XIV apresenta posicionamentos próximos aos de Francisco, incluindo a defesa da comunhão para pessoas divorciadas e recasadas e um firme discurso em defesa do meio ambiente. Em um seminário realizado em Roma no ano passado, enfatizou que “o domínio sobre a natureza” atribuído por Deus à humanidade não deve se tornar “tirânico”.
Controvérsias, no entanto, marcam o passado do novo pontífice. Durante sua gestão como líder da Província Agostiniana de Chicago, Prevost foi acusado de não investigar adequadamente casos de abuso sexual. Em uma das acusações, um padre teria continuado a exercer funções sacerdotais mesmo após denúncias. Defensores de Prevost alegam que o padre em questão não era membro da Ordem Agostiniana e que não houve autorização direta do cardeal.
Em 2022, enquanto era bispo de Chiclayo, novas denúncias surgiram, envolvendo dois padres acusados de abusar de três jovens. Informações divulgadas pela imprensa indicam que Prevost recebeu pessoalmente as vítimas e teria incentivado que as denúncias fossem formalizadas. Entretanto, denúncias publicadas pelo site InfoVaticana alegam que o então bispo teria oferecido US$ 150 às jovens para silenciá-las, o que a defesa nega.
Apesar das polêmicas, Leão XIV inicia seu pontificado sob grande expectativa quanto à continuidade das reformas iniciadas por Francisco e ao fortalecimento do diálogo dentro da Igreja Católica.
Fonte: Correio Braziliense
Foto: foto da web
Comentar