Turismo

Agora é Assim? 'Objetivo de todo mundo do turismo este ano vai ser sobreviver', diz blogueiro

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Live do G1 discutiu futuro do turismo pós-pandemia. Ricardo Freire e a pesquisadora Mariana Aldrigui falaram sobre o impacto, as mudanças e as novas possibilidades do setor; VEJA VÍDEO. Agora é assim? Live debate o que mudará no turismo após a pandemia
O blogueiro Ricardo Freire e a pesquisadora Mariana Aldrigui participaram da live “Agora é Assim?”, do G1, nesta sexta (3) para discutir o futuro do turismo pós-pandemia.
Quando as pessoas vão voltar a viajar, a segurança ao comprar pacotes promocionais neste momento e quais são os impactos para o setor foram alguns dos temas discutidos. Assista ao papo na íntegra no vídeo acima.
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Live já discutiu mudanças na fé, na educação, nos relacionamentos e na economia; clique nos links para assistir
Semanalmente, repórteres do G1 debatem com convidados, ao vivo, o legado que a pandemia deve deixar. Serão discutidas as mudanças no dia a dia, as novas formas de trabalho e lazer, a transformação na nossa relação com a tecnologia, entre outros temas. A live vai ao ar todas as sextas.
Com o setor afetado desde que o coronavírus se espalhou pelo mundo e fez com que fazer viagens se tornasse algo pouco atrativo e até perigoso, Freire e Mariana avaliam que o momento é crítico para quem depende do setor.
“O objetivo de todo mundo este ano vai ser sobreviver. O grande desafio do trade turístico e de todo mundo que trabalha com turismo é chegar vivo no verão, se houver verão”, explica Freire.
‘Objetivo de todo mundo este ano vai ser sobreviver’, diz blogueiro sobre pandemia
Para receber hóspedes ou passageiros com segurança, os setores hoteleiro e aéreo estão se adaptando às normas de segurança, que muitas vezes elevam os custos e reduzem a capacidade máxima dos espaços.
“Vai custar caro, mas é o tipo de custo que você como gestor vai ter que decidir entre continuar operando assim ou encerrar os negócios”, afirma Mariana.
A pesquisadora da USP não acredita que os preços vão aumentar para o cliente final. “O que a gente vê hoje é o preço sendo formado literalmente em função da demanda, já que ele vai estar no mais baixo possível para cobrir custos”, explica.
“Conforme o mercado vai se estabilizando ou vai tendo uma cara de retomada, os preços podem voltar a patamares mais competitivos, mas não há no nosso horizonte nada antes de 2022 e 2023 que nos coloque nos preços de 2019”, continua.
Pesquisadora de turismo acha improvável aumento de preços no setor após a pandemia
Quando vai ser seguro viajar?
Os especialistas percebem que a decisão de sair para viajar vai depender de cada pessoa e não vai ser em um movimento uniforme.
“A sensação de segurança vai variar de pessoa para pessoa. Vai ter gente que vai se sentir seguro a partir do momento que houver um voo para o determinado lugar que a pessoa quer ir, mas haverá outras que só são viajar quando tiver vacina, um tratamento ou o vírus parar de circular”, opina Freire.
“A sensação de segurança vai variar de pessoa para pessoa”, diz Ricardo Freire
Ao invés de alugar um quarto compartilhado em um hostel ou um apartamento em um hotel, Mariana estima um aumento na procura por aluguel de temporada para uma família ou um grupo com base em observações e estimativas do próprio mercado.
“Acho que a gente vai ver um número surpreendente de reservas tanto em hotéis como aluguéis de plataforma, porque a pessoa vai só mudar o lugar em que está se isolando”, afirma.
“Vamos ter só uma troca, com a ideia de ‘vou passar um mês por aqui, porque eu garanto que vai ter internet e posso trabalhar remotamente’. Não vai ter aquela característica de turismo de lazer, a gente vai estar trocando o CEP e o IP para continuar em quarentena”, continua.
Cuidado com promoções
Uma estratégia que as empresas estão adotando é vender pacotes com preços promocionais para 2021 e 2022 em diante para ter algum dinheiro em caixa durante a pandemia. A proposta pode parecer tentadora, mas exige atenção.
Olhar bem a política de cancelamento, ver se é possível mudar o roteiro no momento em que a viagem está acontecendo e checar tudo que o seguro viagem cobre com atenção são dicas de Mariana.
“Quanto mais barato, mais interessante o produto, mas as condições são menos flexíveis. Você está comprando ausência de flexibilidade”, explica a pesquisadora.
“Se eu fosse um gerente de banco, eu apresentaria esse produto como um investimento de alto risco”, diz Freire. “Se a companhia da qual você está comprando esse pacote super vago não existir daqui a oito meses, você não vai ter para quem reclamar”.
Aumento de viagens pelo Brasil
Os especialistas apontam que os lugares de baixa densidade demográfica vão estar entre os mais procurados durante e após a pandemia e que o turismo dentro do país tende a aumentar.
“A gente só vai ter a possibilidade de visitar a Europa de novo quando a taxa de contágio por 100 mil habitantes no Brasil for inferior à taxa média da Europa. Isso vai demorar muito para acontecer, então este ano a gente pode riscar a Europa dos planos”, opina Freire.
“Lugares com baixa densidade de turistas são mais aconselháveis”, diz Ricardo Freire
Mariana vê que, sem viagens para o exterior, o grupo com alto poder aquisitivo habituado a viajar tende a ficar pelo Brasil, e essa é uma oportunidade para quem trabalha com turismo.
“Operadores e agentes que só atendiam exterior já estão totalmente treinados para vender esses produtos do Brasil para esse público”, diz a pesquisadora.
“Quanto mais rápido for o desenho da estratégia e da abordagem online, mais rápidos esses produtos se posicionam e pode ser que, com um público que eles não imaginavam atender, recuperem um pouco do prejuízo estimado até o final do ano”, finaliza.
A apresentado Paula Paiva Paulo na live sobre o futuro do turismo na série Agora É Assim
Savio Ladeira/G1