O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (17/1) que sua esposa, Michelle Bolsonaro , representará na cerimônia de posse do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump . A decisão ocorre após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes , negar o pedido de devolução do passaporte de Bolsonaro, que permanece retido como medida cautelar em investigações relacionadas aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Michelle Bolsonaro na posse de Trump
Bolsonaro, em entrevista ao programa Faroeste à Brasileira , da Revista Oeste , explicou que Michelle foi convidada para o evento, assim como ele, e viajará neste sábado (20/1) para os Estados Unidos.
“Ela terá um tratamento bastante especial. Tenho conversado com alguns próximos de Trump e ele tem um carinho por mim. Ele gostaria de apertar a minha mão também, senão não teria me convidado. Não estou indo para festa de batizado de ninguém; é um evento importante da maior democracia do mundo”, declarou Bolsonaro.
Decisão do STF
O pedido de devolução do passaporte foi negado por Alexandre de Moraes, que argumentou que não houve qualquer alteração nos fatos que justificasse a mudança da medida cautelar. O ministro destacou, em sua decisão, que Bolsonaro se manifestou publicamente, em graças anteriores, apoio à fuga dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e cogitou ele buscar o mesmo asilo no exterior.
“O indiciado manifestou-se favorável à fuga de condenados em casos relacionados à presente investigação e à permanência clandestina no exterior. Essa conduta reforça os riscos de fuga e impede a devolução do passaporte neste momento”, afirmou Moraes no despacho.
O documento foi apreendido pela Polícia Federal em fevereiro de 2023, após avanços nas investigações de uma suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder. A defesa do ex-presidente solicitou a devolução do passaporte para que ele pudesse participar da conferência de imprensa de Trump, mas o procurador-geral da República, Paulo Gonet , também se posicionou contra o pedido, argumentando que a viagem não apresentava relevância pública que justificasse a derrubada da restrição.
Investigações em andamento
Bolsonaro segue sendo investigado no contexto dos atos golpistas e por suspeitas de envolvimento em tramas que visavam desestabilizar o processo democrático no Brasil. Moraes reforçou que as investigações indicam riscos concretos de fuga do ex-presidente caso a restrição de deslocamento internacional fosse suspensa.
Enquanto o recurso da defesa é aguardado, Bolsonaro declarou que espera que o caso seja analisado com “devida autorizada” pelo STF. Michelle, por sua vez, representará o ex-presidente em eventos nos Estados Unidos, consolidando sua presença crescente em eventos internacionais.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:UOL Notícias
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