Sem as cheias para inundar pastagens, pecuaristas estão com dificuldades para dar água aos seus animais. Seca prejudica criação de gados no pantanal do MT
A seca no pantanal do Mato Grosso tem prejudicado a criação de gados na região. Sem as cheias para inundar as pastagens, criadores não têm tido acesso à água para dar aos animais.
“O gado sente bastante, fica bastante magro. Na hora da venda tem bastante dificuldade, porque o pessoal quer um gado mais bonito, em um estado nutricional melhor”, diz o pecuarista João Miguel da Silva. Ele tem 1.200 cabeças de gado em Poconé, parte baixa do pantanal do Mato Grosso, e o nível do tanque que o pantaneiro usa para dar água aos animais está diminuindo a cada dia.
Na fazenda do Carlos Augusto da Silva a situação é ainda pior. Nessa época do ano, o Corixó deveria estar com um pouco mais de 1 metro de água, mas está praticamente seco.
“Eu tenho de pantanal vividos aqui 39 anos. Essa – sem sombra de dúvidas – é uma das piores secas que eu pessoalmente estou presenciando”, diz o pecuarista.
A região não tem chuvas regulares há dois anos e a principal preocupação dos criadores, a partir de agora, é que o período de estiagem deve ficar ainda mais intenso nos próximos meses.
Segundo o pesquisador da Embrapa, Carlos Roberto Padovani, as chuvas que ocorrem entre outubro e março podem atrasar.
Queimadas
A vegetação seca e as altas temperaturas trazem outra preocupação entre os pecuaristas: as queimadas.
De janeiro a junho, o Mato Grosso registrou quase 7 mil focos de incêndio. No primeiro semestre de 2019, foram 6.450. Este ano, o governo do estado antecipou, em duas semanas, o período proibitivo de queimadas em áreas rurais. De 1º de julho a 30 de setembro, nenhuma queimada será autorizada no campo.
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