Economia

Procura por laranja aumenta 30% no início de abril por conta do coronavírus

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Rica em vitamina C, fruta é associada no combate à gripe e aumento da resistência. Vale lembrar que não existe estudo científico que comprove a eficiência da laranja na cura da Covid-19. Procura por laranja aumenta 30% no início de abril por conta do coronavírus
O setor da laranja foi impactado positivamente pela pandemia do novo coronavírus. Rico em vitamina C e associado ao aumento da resistência em casos de gripe comum, o suco da fruta teve aumento de mais de 25% no mercado internacional, e as negociações permanecem alta.
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Na primeira semana de abril, o consumo interno também está alto, cerca de 30% a mais do que no mesmo período do ano passado. Mesmo com uma procura maior nesse momento de entressafra, não está faltando laranja no mercado brasileiro, e os preços começam a dar sinal de recuo.
Vale reforçar ainda que não existe confirmação científica de que a vitamina C combate o novo coronavírus, mas ela ajuda na saúde geral do nosso corpo.
Contramão da crise
Atualmente, os produtores de laranja estão na contramão da crise econômica provocada pela pandemia. Os meses de fevereiro, março, abril e maio coincidem com a entressafra da laranja do Brasil, momento com menos produto disponível e preços mais altos.
“Dentro do que é possível, a gente deu um pouco de sorte neste setor, um luxo que outros setores não tiveram”, explica Ibiapaba Netto, diretor executivo da associação que representa as indústrias da atividade (CitrusBR).
Para Netto, a forte alta do produto no mercado internacional tem uma origem.
“A gente tem duas explicações: a primeira delas – e mais óbvia – é que o suco de laranja é, sem sombra de dúvida, a fonte mais disponível de vitamina C que existe no mercado. Outro motivo foi a corrida das pessoas aos supermercados, que devem ter antecipado compras”, explica.
Porém, o diretor do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Marcos Machado, diz que o aumento de preços que se vê agora não deve aumentar os ganhos dos produtores rurais que entregaram a laranja para as indústrias antes da crise.
“A indústria tem os estoques dela de suco. Então, ela está vendendo, talvez, hoje a colheita do ano retrasado, que está estocado. É muito difícil o repasse de preços (para o agricultor)”, afirma.
Mesmo assim, em um efeito dominó, a procura por laranja fresca no mercado interno também disparou. Essa variedade ainda está em período de colheita, o que pode ajudar os agricultores a conseguirem preços melhores pela fruta.