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Primeiro cruzeiro a retomar viagens turísticas na Noruega registra surto de Covid-19 na tripulação

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Ao menos quatro tripulantes da embarcação testaram positivo para a doença; navio com 160 tripulantes está ancorado em um porto norueguês. Cruzeiro norueguês registra novos casos de coronavírus na tripulação após retomada das atividades, imagem de arquivo da embarcação MS Roald Amundsen
Reprodução/Hurtigruten/Arquivo
Quatro membros da tripulação de um cruzeiro norueguês estão com Covid-19, segundo o Hospital Universitário do Norte da Noruega. A instituição informou em nota que eles deram entrada no centro de saúde nesta sexta-feira (31).
A embarcação MS Roald Amundsen foi a primeira a retomar viagens turísticas no país e está parada no porto de Tromsø, Noruega. O navio carregava 160 tripulantes –que estão em quarentena– e mais 177 passageiros, que já desembarcaram.
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Em entrevista coletiva, a chefe de saúde da cidade portuária, Kathrine Kristoffersen, disse ter tomado conhecimento da infecção somente após o desembarque de todos os viajantes e por isso a recomendação é de que os passageiros fiquem isolados em casa.
A operadora do navio, a norueguesa Hurtigruten, informou que está em contato com todos os desembarcados e que foram instruídos, por telefone, a respeitar uma quarentena voluntária.
Tripulação estrangeira
Segundo o Hospital Universitário do Norte da Noruega, os quatro pacientes são de fora da Noruega, mas a instituição não foi permitida a divulgar mais informações sobre as identidades e estado de saúde dos internados.
“Durante o dia, quatro pessoas que foram diagnosticadas com a Covid-19, que precisaram ser hospitalizadas, chegaram ao HUNN em Tromsø”, diz o comunicado.
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“Todos são membros da tripulação do navio da Hurtigruten, Roald Amundsen, e cidadãos estrangeiros. Informações adicionais sobre seus estados de saúde e identidade não serão fornecidas pelo HUNN.”
Uma das passageiras do cruzeiro é a ex-vice-ministra da Saúde do país, Line Miriam Haugan. Em entrevista à agência de notícias Reuters, ela disse que durante toda a viagem, os passageiros foram instruídos a manter o distanciamento social, para reduzir o risco de transmissão da Covid-19.
“A equipe nos observava lavando as mãos e também media nossas temperaturas”, disse Haugan. “Quando soube do surto, fui imediatamente fazer um teste me colocarei em quarentena pelo menos até obter o resultado.”
Viagens com capacidade reduzida
A operadora e dona do navio, Hurtigruten, suspendeu a maioria das suas operações ainda em março, por conta da pandemia de coronavírus. No início de julho, a empresa anunciou que retornaria gradualmente às atividades, com capacidade reduzida.
O MS Roald Amundsen estava em viagem há uma semana, em uma rota que partiu de Tromsø e foi em direção ao Polo Norte, antes de voltar. Havia planos para a embarcação partir para as Ilhas Britânicas em setembro, atracando em portos na Inglaterra e Escócia.
Milhares de passageiros ficaram presos em navios de cruzeiro nas águas da Ásia, Estados Unidos e Europa na fase inicial da pandemia, o que levou as operadores a cancelar viagens, o que gerou uma onda de demissões em massa no setor.
Infecção em navio japonês
Pequenas partículas suspensas no ar tiveram papel decisivo na transmissão da infecção pelo novo coronavírus em um navio de cruzeiro no Japão, que infectou mais de 700 pessoas no início deste ano, de acordo com estudo assinado por pesquisadores de Harvard.
Segundo o artigo, a transmissão pelo ar foi responsável por 59% dos contágios dentro da embarcação, e apenas 41% de todas as transmissões teriam sido feitas pelo contato com as gotículas de saliva. Para chegar a este número, os cientistas recriaram o surto em um computador e observaram os padrões nas taxas de contaminação.
O navio Diamond Princess foi apontada como um dos hot spots da epidemia ainda em fevereiro, quando poucos países confirmavam casos de Covid-19. Com mais de 3,7 mil passageiros, o navio chegou a ficar quase um mês de quarentena em um porto japonês.
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