Economia

Presidente do IBGE pede demissão

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Segundo o órgão, Susana Guerra deixou a presidência do instituto por motivos pessoais e de família. Nesta semana, IBGE sofreu um importante revés com a redução de recursos para o Censo deste ano. Susana Guerra deixa a presidência do IBGE
Fernando Frazão/Agência Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira (26) que Susana Cordeiro Guerra pediu exoneração do cargo de presidente do órgão por motivos pessoais e de família.
Em nota, o IBGE informou que Susana seguirá no “cargo até a transição para o novo presidente a ser indicado.”
Susana assumiu o cargo em fevereiro de 2019, escolhida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Presidente do IBGE pede exoneração do cargo
Na quinta-feira (25), o IBGE sofreu um importante revés com a aprovação do Orçamento. O texto, que precisa ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, deixa quase sem recursos o Censo 2021 e pode inviabilizar a pesquisa, que já deveria ter sido realizada em 2020, mas foi adiada por causa da pandemia.
Corte do Orçamento pode inviabilizar Censo 2021; entenda a importância da pesquisa
Inicialmente, o orçamento pedido pelo IBGE para realizar o Censo era de R$ 3,4 bilhões, mas, após pressão do governo federal, o instituto teve que enxugar a pesquisa, e o custo passou para cerca de R$ 2 bilhões. O Orçamento da União aprovado, no entanto, destina apenas R$ 71 milhões para a pesquisa – menos de 5% do custo acordado.
Na terça-feira (23), a direção do instituto já havia alertado que “as ações governamentais pós-pandemia serão fragilizadas” sem a realização do Censo 2021.
“Sem o Censo em 2021, as ações governamentais pós-pandemia serão fragilizadas pela ausência das informações que alicerçam as políticas públicas com impactos no território brasileiro, particularmente em seus municípios”, escreveram Susana e o diretor de Pesquisas do IBGE, Eduardo Rios-Neto, em artigo publicado pelo jornal “O Globo” e reproduzido na página do órgão.
Sem o Censo em 2021, ações governamentais pós-pandemia serão afetadas, alerta IBGE
Quem é Susana
Antes do IBGE, Susana foi economista do Banco Mundial e atuou como pesquisadora visitante no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e na Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em seu currículo também constam títulos de pós-graduação em Filosofia, Ciências Políticas e Desenvolvimento Internacional nas universidades de Harvard e Massachusetts, nos Estados Unidos.
Susana foi a segunda mulher a presidir o IBGE desde que ele foi criado, em 1936. Wasmália Bivar foi a primeira a comandar o instituto, tendo cumprido seu mandato entre setembro de 2011 e julho de 2016.
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