PICO DA COVID NO HEMISFÉRIO NORTE GERA REFLEXOS NO BRASIL
Diante da tensão no mercado financeiro internacional, o dólar voltou a fechar no maior nível em cinco meses no Brasil. Bolsa de Valores teve a maior queda percentual para um dia desde abril.
Turbulência persistiu nos mercados internacionais ontem. As novas restrições impostas em países desenvolvidos, por causa da covid-19, afetam a recuperação da economia mundial. No entanto, vale registrar que hoje as bolsas dos principais países estão equilibradas, o que pode acalmar o mercado interno.
O segundo pico da pandemia assusta o mundo. Na Europa, a Alemanha adotará lockdown emergencial de um mês, com o fechamento de restaurantes, academias de ginástica e teatros.
Na França, o presidente Emmanuel Macron disse que o novo lockdown nacional, a partir de sexta-feira (30), permanecerá em vigor até 1º de dezembro.
A Bélgica está transferindo doentes para hospitais da Alemanha.
Nos Estados Unidos, as bolsas também fecharam em queda, pelos avanços dos casos de covid-19. A proximidade da eleição presidencial, na próxima terça-feira (3), adiciona cautela aos negócios dos norte-americanos.
VOTAÇÕES – Desde 29 de setembro, o Plenário da Câmara dos Deputados não vota qualquer projeto de lei ou medida provisória. Naquele dia. os deputados aprovaram a MP 976/20, que destinava R$ 4,48 bilhões para o Ministério da Saúde combater a pandemia.
Obstruções parlamentares da oposição e de apoiadores do Governo, integrantes do chamado Centrão, começaram no dia 5 de outubro. Há também reflexo do período de campanha eleitoral, que monopoliza as atenções de muitos parlamentares.
A obstrução impede, por exemplo, a aprovação do novo Marco Regulatório do Transporte Marítimo, conhecido como Br do Mar.
AUXÍLIO – Deputados federais de oposição se recusam a votar projetos enquanto não for pautada a MP 1000/20, que prorroga o auxílio emergencial.
Os oposicionistas querem derrubar os R$ 300 previstos pelo Governo para garantir que o benefício seja de R$ 600.
Já o Centrão não vota porque reivindica a presidência da Comissão Mista do Orçamento.
Entre outros itens que não estão sendo analisados por causa das obstruções, estão a criação de incentivo contábil para estimular bancos a emprestarem dinheiro a micro, pequenas e médias empresas, e a votação de requerimento de urgência para o novo marco legal do mercado de câmbio.
SENADO – Em recesso branco por causa das eleições, o Senado não convocou nenhuma sessão deliberativa para esta semana. As votações serão retomadas na próxima terça-feira (3), provavelmente com a aprovação da autonomia do Banco Central.
Está marcada para quarta-feira (4) sessão conjunta de deputados e senadores para analisar, entre outros pontos, o veto do Presidente Bolsonaro à prorrogação da desoneração da folha de 17 setores.
COVID – Integrantes da Comissão Mista do Congresso Nacional que fiscaliza as ações do Governo no combate ao coronavírus devem ouvir amanhã o Ministro da Economia, Paulo Guedes, por videoconferência.
Guedes vai expor a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas de enfrentamento à pandemia.
INDÚSTRIA – Índice de Confiança da Indústria, da Fundação Getulio Vargas, teve alta de 4,5 pontos na passagem de setembro para outubro deste ano.
O indicador atingiu 111,2 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, o maior nível desde abril de 2011 (111,6 pontos).
Dezesseis dos 19 segmentos industriais pesquisados registraram aumento da confiança.
GOVERNADORES – Presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, terão reunião com governadores na terça (3), em formato de almoço, liderada pelo Governador João Dória.
Vão discutir todos os aspectos das vacinas contra o coronavírus.
TURISMO – Ministério do Turismo liberou R$ 2 bilhões em crédito para empreendedores do setor, principalmente micro e pequenas empresas. Com isso, podem ser preservados 26 mil empregos na área.
O valor, já autorizado às instituições financeiras participantes do Fundo Geral do Turismo (Fungetur), representa aumento de 602% em relação ao total ofertado em 2018 (R$ 286,4 milhões).
LUCRO – Petrobras recuperou as vendas de combustíveis no terceiro trimestre do ano, após um tombo provocado pela crise econômica aguda trazida com a pandemia, no segundo trimestre.
As receitas de vendas foram de R$ 70,7 bilhões no terceiro trimestre, contra R$ 50,8 no segundo trimestre, resultando em aumento de 39%.
O lucro bruto da Petrobras no terceiro trimestre foi de R$ 33,7 bilhões. Comparado a R$ 18,2 bilhões no segundo trimestre, houve elevação de 85,4% no período.
PRIVATIZAÇÃO – Pouco depois de o Ministério da Economia defender o Decreto nº 10.530/20, que abre caminho para a privatização de unidades básicas de saúde (UBS), a Presidência da República informou que foi cancelada a medida.
O objetivo, de acordo com o Ministério da Economia, seria “incentivar a participação da iniciativa privada no sistema para elevar a qualidade do serviço prestado ao cidadão, racionalizar custos, introduzir mecanismos de remuneração por desempenho, novos critérios de escala e redes integradas de atenção à saúde em um novo modelo de atendimento”.
Mas houve péssima repercussão e o Presidente Bolsonaro desistiu da proposta.
AGENDA – Presidente Bolsonaro está hoje no Maranhão, onde inaugura pela manhã trecho da estrada BR 135.
À tarde, participa de inaugurações na cidade de Imperatriz.
JUROS – Como previsto, Banco Central manteve a taxa de juros oficial Selic em 2%.
ECONOMIA – A economia brasileira sofreu choque ontem, por diferentes motivos. A principal causa é mesmo a crise da covid na Europa.
No entanto, a instabilidade da economia no Brasil, sem precisão de votação do Orçamento, também gera incertezas.
Dólar ontem subiu para R$ 5,75.
E Bolsa de Valores desabou para 95.369 pontos.
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