Economia

PIB do Brasil em 2021 deve crescer abaixo da média da região, diz Banco Mundial

PIB do Brasil em 2021 deve crescer abaixo da média da região, diz Banco Mundial thumbnail

Em relatório divulgado nesta segunda, instituição manteve previsão de crescimento de 3% do PIB brasileiro neste ano, enquanto previsão para América Latina passou para alta de 4,4%. O Banco Mundial informou nesta segunda-feira (29) que a previsão da instituição é que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresça 3% em 2021, abaixo da média prevista para a América Latina, de 4,4%.
A informação consta do relatório “Voltar a crescer”. O PIB é a soma de bens e serviços que o país produz num período de tempo. Em 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do Brasil caiu 4,1%.
O Banco Mundial já havia divulgado a previsão de crescimento de 3% do PIB brasileiro em 2021, mas, na ocasião, a expectativa de alta para a América Latina era de 3,7%.
Conforme o relatório divulgado nesta segunda-feira, países vizinhos devem ter desempenho percentual superior ao do Brasil, por exemplo:
Argentina: 6,4%;
Chile: 5,5%;
Colômbia: 5%.
Para o Banco Mundial, a América Latina e o Caribe sofreram os maiores danos na economia e na saúde durante a pandemia da Covid-19 (veja detalhes no vídeo mais abaixo). A queda do PIB da região foi de 6,7% em 2020.
O economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Martín Rama, disse nesta segunda-feira que a pandemia transformou as economias da região e que a desigualdade pode ser ampliada.
“A pandemia iniciou um processo de destruição criativa, que pode levar a um crescimento mais rápido, mas ao mesmo tempo ampliar a desigualdade dentro dos países na região e entre eles”, disse.
Banco Mundial diz que América Latina é a região do mundo mais afetada pela pandemia
Auxílio emergencial
Durante a entrevista de apresentação do relatório, Martín Rama afirmou também que a pobreza no Brasil praticamente não aumentou em 2020 em razão de alguns fatores, entre os quais o auxílio emergencial. O programa, avaliou Rama, funcionou “notavelmente” bem.
O programa pagou no ano passado parcelas de R$ 600 e, depois, de R$ 300. Neste ano, será retomado com quatro parcelas de R$ 250.
“O negócio é começar correndo como se fosse um sprint [prova de cem metros], e outra é ter que correr uma maratona. A essa altura é visível que estamos correndo uma maratona, porque vivemos a segunda onda e a vacinação vai lentamente”, afirmou.
“O tema fiscal, em algum momento, precisa tomar o rumo de certa consolidação”, acrescentou.
Para o economista, é difícil precisar qual é o momento ideal para aumentar o rigor fiscal. “Por ora, as taxas de juros no mundo têm sido muito baixas. Isso ajuda, mas é algo que se deve pensar efetivamente”, disse.