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Petrobras não fará reajuste imediato nos preços dos combustíveis

Estatal afirmou que seguirá acompanhando o mercado para decidir sobre os próximos ajustes. Prédio da Petrobras no Rio de Janeiro
Sergio Moraes/Reuters
A Petrobras afirmou em comunicado nesta sexta-feira (3) que seguirá acompanhando o mercado para decidir sobre os próximos ajustes nos preços dos combustíveis, após ataques dos Estados Unidos que mataram um comandante militar do Irã e impulsionaram os preços internacionais do petróleo.
A estatal ressaltou que, “de acordo com suas práticas de precificação vigentes”, não há periodicidade pré-definida para reajustes dos valores dos combustíveis nas refinarias.
A posição é semelhante à tomada pela companhia em setembro do ano passado, quando ataques a instalações da Arábia Saudita geraram forte alta nas cotações do petróleo. Na ocasião, a empresa preferiu aguardar por uma acomodação do mercado antes de realizar reajustes, destacou a Reuters.
Nesta sexta-feira, o petróleo Brent, valor de referência internacional, fechou em alta de 3,6%, a US$ 68,60 dólares por barril, após atingir a máxima de US$ 69,50 na sessão, a maior cotação desde meados de setembro.
O salto foi provocado por uma escalada nas tensões no Oriente Médio depois que um ataque aéreo norte-americano em Bagdá matou o major-general iraniano Qassem Soleimani, levando o líder supremo da República Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, a jurar vingança.
Bolsonaro reafirma cautela com reajuste
Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro também ressaltou que o governo não vai interferir no valor dos combustíveis. Ele deu a declaração em um hospital, durante uma visita à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que foi submetida a um procedimento cirúrgico estético nesta semana.
“Presidente, e se o preço do petróleo não parar?”, indagou um jornalista a Bolsonaro quando o presidente deixava o hospital em Brasília.
“Se? Você começa com ‘se’. ‘Se’, tem que tomar providência. A Petrobras está se recuperando do que sofreu nos últimos anos, em especial no governo do PT”, respondeu.
O repórter, em seguida, indagou a Bolsonaro se o governo tomará alguma providência caso o preço do petróleo continue aumentando.
O presidente, então, respondeu: “Com toda certeza. Eu converso com o almirante Bento [ministro de Minas e Energia], com o presidente da Petrobras e com o Paulo Guedes [ministro da Economia] e nós temos uma linha de não interferir, mas acompanhar e buscar soluções.”
De acordo com o presidente, haverá uma reunião com a equipe de governo na próxima segunda-feira (6) para discutir o assunto.
Ele afirmou que o aumento no preço do barril de petróleo é o que mais preocupa neste momento.
“A coisa que mais nos preocupa é uma possível alta do petróleo, que está em torno de 5% no momento. Conversei com o presidente da Petrobras e a exemplo do que aconteceu na Arábia Saudita, no ataque de drones, que em poucos dias voltou à normalidade, a gente espera que aconteça agora também”, afirmou.
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