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Lula anuncia ampliação de áreas marinhas protegidas e posiciona Brasil como liderança global na defesa dos oceanos

Durante a 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3), realizada nesta domingo (9) em Nice, na França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil vai ampliar suas áreas marinhas protegidas de 26% para 30%, em alinhamento com a meta do Marco Global para a Biodiversidade. O anúncio foi feito diante de lideranças internacionais como o secretário-geral da ONU, António Guterres, e os presidentes Emmanuel Macron (França) e Rodrigo Chaves Robles (Costa Rica).

Sete compromissos voluntários

Lula apresentou sete compromissos voluntários do Brasil, focados em:

  • Proteção de áreas marinhas;

  • Planejamento espacial marítimo;

  • Pesca sustentável;

  • Ciência e educação ambiental.

“Proteger os oceanos é essencial para combater os efeitos das mudanças climáticas”, declarou o presidente, lembrando que o oceano é o maior regulador climático do planeta.

Programas e metas anunciadas

O presidente também revelou novos programas voltados à preservação de manguezais e recifes de corais, além da elaboração de uma estratégia nacional contra a poluição por plásticos. Segundo Lula, o Brasil adotará um planejamento espacial marinho inédito, que permitirá o uso sustentável do oceano com base em critérios ambientais e ecossistêmicos.

“O oceano está febril. A temperatura média do mar aumentou quase o mesmo em um ano do que nas quatro décadas anteriores. Sem proteção aos oceanos, não há desenvolvimento sustentável”, alertou.

COP30 e dívida histórica dos países ricos

Ao mencionar a realização da COP30, marcada para novembro deste ano em Belém (PA), Lula reforçou a importância de os países desenvolvidos assumirem sua responsabilidade histórica:

“Quem defende tanto a Amazônia precisa ir à Amazônia. Debaixo de cada copa de árvore vive um ser humano. Os países ricos precisam pagar sua dívida com a emissão de gases de efeito estufa”, disse.

Tratado do Alto Mar e paz geopolítica

O Brasil também assumiu o compromisso de ratificar o Tratado do Alto Mar ainda em 2024, acordo que busca garantir a gestão conjunta da biodiversidade em águas internacionais. Lula fez ainda um alerta geopolítico:

“Canais, golfos e estreitos devem nos aproximar, e não ser motivo de conflito. Não podemos permitir que o oceano vire palco de disputas como ocorreu com o comércio internacional.”

Pesca sustentável e educação oceânica

Lula destacou o apoio do país à pesca sustentável e o pioneirismo brasileiro na inclusão da cultura oceânica no currículo escolar. O Brasil, segundo ele, já possui o maior programa educacional sobre o tema no mundo, com:

  • 515 Escolas Azuis;

  • 160 mil estudantes;

  • 2.600 professores envolvidos.

Ele também reforçou o investimento na pesquisa científica marinha, incluindo o trabalho da Estação Comandante Ferraz, na Antártida, e a ampliação da coleta de dados ambientais via sistema integrado de monitoramento.

Voz de Brasília

Fonte: Blog do Riella

Foto: foto da web

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