Economia

Lucro líquido da Petrobras despenca em 2020 e chega a R$ 7 bilhões

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Resultado anual foi impactado pela crise da Covid-19. No quatro trimestre, por sua vez, estatal registrou lucro líquido de R$ 59,9 bilhões, ante R$ 8,15 bilhões no mesmo período de 2019. Sede da Petrobras no Rio de Janeiro
Daniel Silveira/G1
A Petrobras informou nesta quarta-feira (24) que registrou lucro líquido de R$ 7 bilhões em 2020, o que representa uma queda de 82,3% na comparação com o ano anterior.
No quatro trimestre, por sua vez, a estatal registrou lucro líquido de R$ 59,9 bilhões, ante R$ 8,15 bilhões no mesmo período de 2019 — o que superou as expectativas do mercado.
Esse é o último resultado financeiro da estatal sob o comando de Roberto Castello Branco, que será substituído em março após interferência do presidente Jair Bolsonaro.
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Contribuíram com o resultado anual, a queda do valor do petróleo no primeiro trimestre de 2020, por conta da pandemia, a desvalorização do real em relação ao dólar, e o lucro líquido de 2019, de R$ 40,137 bilhões. Segundo a estatal, esse foi o maior lucro nominal (sem considerar a inflação) da história da companhia.
“Iniciativas que aumentaram a resiliência e eficiência e a continuidade do trabalho de redução do endividamento contribuíram para compensar parcialmente os impactos da crise”, disse a Petrobras, em seu relatório financeiro.
No ano, o lucro da estatal antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda ajustado) chegou a R$ 143 bilhões, aumento de 10% em relação a 2019. No quarto trimestre, a alta foi de 41%, atingindo R$ 47 bilhões.
Receita e dívida líquida
No quatro trimestre, a estatal registrou receita de R$ 74,97 bilhões — 6% superior à registrada no terceiro trimestre em função da valorização do preço do Brent. No ano, o valor chegou a R$ 272,07 bilhões.
Por outro lado, o volume das exportações de petróleo diminuiu 12,12% no quatro trimestre, ante o período imediatamente anterior, devido à menor produção.
A dívida líquida anual foi de US$ 63,2 bilhões em 2020, o que representa uma queda de US$ 15,7 bilhões em relação ao acumulado de 2019.
“Menores endividamento e pagamentos de juros são fundamentais para melhorar a percepção de risco e liberar recursos a serem investidos em ativos de classe mundial, particularmente em um negócio de capital intensivo como o de petróleo”, informou Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras.
Troca de comando
A Petrobras convocou na terça-feira (23) uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para destituir Roberto Castello Branco da presidência da estatal. Ele deverá ser substituído por Joaquim Silva e Luna, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para comandar a companhia.
Em comunicado, a companhia informou que a AGE vai ser realizada antes da Assembleia Geral Ordinária (AGO) deste ano. A data ainda será definida.
Com a saída de Castello Branco, terão de ser substituídos sete integrantes do conselho de administração eleitos na assembleia ordinária de 22 de julho do ano passado por voto múltiplo. São eles: Eduardo Bacellar Leal Ferreira, Ruy Flacks Schneider, João Cox Neto, Paulo Cesar de Sousa e Silva, Nivio Ziviani, Omar Carneiro de Cunha Sobrinho, Leonardo Pietro Antonneli.
Silva e Luna foi indicado na sexta-feira (19) pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o comando da Petrobras. A interferência de Bolsonaro no comando da estatal provocou um forte abalo nas ações da companhia. Na segunda-feira (22), a empresa chegou a perdeu R$ 75 bilhões em valor de mercado.
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