Economia

Lucro do Itaú recua 49,3% e vai a R$ 3,401 bilhões no primeiro trimestre

Lucro do Itaú recua 49,3% e vai a R$ 3,401 bilhões no primeiro trimestre thumbnail

Resultado mais fraco do banco foi atribuído ao aumento das provisões diante da piora do cenário econômico com o avanço do surto de coronavírus. Fachada de agência do banco Itaú no Rio de Janeiro
Sergio Moraes/Reuters
O banco Itaú informou nesta segunda-feira (4) que registrou lucro líquido contábil de R$ 3,401 bilhões no primeiro trimestre de 2020. O resultado representa uma queda de 49,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior (R$ 6,701 bilhões).
Já o lucro líquido recorrente do banco, que exclui fatores extraordinários no trimestre fiscal, somou R$ 3.912 bilhões, um valor 43,1% abaixo do registrado no primeiro trimestre de 2019 (R$ 6,877 bilhões).
O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (como o banco remunera o acionista) foi de 12,8% no primeiro trimestre, uma queda de 10,8 pontos percentuais em relação aos primeiros três meses de 2019.
O resultado mais fraco do banco foi atribuído ao aumento do provisionamento diante da piora do cenário econômico com os impactos provocados pelo surto de coronavírus. O Itaú aumentou em 147,2% a despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa em relação ao primeiro trimestre de 2019, totalizando R$ 10,4 bilhões.
“As provisões realizadas pelo Itaú Unibanco no primeiro trimestre do ano decorrem da expressiva piora do cenário econômico para o Brasil e o mundo como consequência da pandemia de covid-19″, afirmou o vice-presidente executivo do Itaú, Milton Maluhy, por meio de nota.
Carteira de crédito
No trimestre, a carteira de crédito do banco somou R$ 769,2 bilhões, um crescimento de 18,9%, em relação a igual período de 2019, impulsionado pelo aumento da tomada de recursos por pessoas físicas e jurídicas para enfrentar a crise econômica.
A carteira de crédito para a pessoa física totalizou R$ 238,1 bilhões, enquanto no segmento de micro, pequenas e médias empresas foi de R$ 104,5 bilhões. Para as grandes companhias, a carteira chegou a R$ 231,1 bilhões.
“Todos nossos esforços estão voltados a podermos apoiar nossos clientes durante a crise e no longo período de recuperação que se seguirá a ela. Para tanto, é fundamental manter um balanço forte e é com este objetivo que incrementamos significativamente nosso nível de provisões”, disse o presidente do Itaú, Candido Bracher, também em nota.
O custo do crédito aumentou 165,2% em relação ao mesmo período de 2019, devido, principalmente, ao aumento na despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa.
Prorrogação de empréstimos
Diante do impacto da pandemia do novo coronavírus sobre as finanças das famílias e empresas, o banco anunciou a prorrogação do pagamento de parcelas de empréstimos em dia.
Com isso, o saldo de renegociações do banco cresceu 12,9% entre dezembro de 2019 e março de 2020, ao passar de R$ 28,1 bilhões para R$ 31,7 bilhões.
O índice de inadimplência no primeiro trimestre foi de 3,1%, um aumento de 0,1 ponto percentual em relação ao observado no mesmo período do ano passado.
Receita com serviços
A receita com prestação de serviços somou R$ 9,5 bilhões nos primeiros três meses deste ano, uma crescimento de 10,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2019.
Outros bancos
O Bradesco registrou lucro líquido contábil de R$ 3,382 bilhões no 1º trimestre de 2020, uma queda de 41,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Santander Brasil apurou lucro de R$ 3,774 bilhões nos primeiros três meses do ano, crescimento de 10,5%.