Economia

Japão aumentará estímulo para US$ 1,1 trilhão conforme vírus ameaça recessão mais profunda

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País deve pagar ajuda equivalente a cerca de R$ 4,9 mil para cada cidadão. O Japão ampliou seu novo pacote de estímulo econômico nesta segunda-feira (20) para um recorde de US$ 1,1 trilhão (aproximadamente R$ 5,6 trilhões) a fim de expandir os pagamentos em dinheiro a seus cidadãos, enquanto as consequências da pandemia do novo coronavírus ameaçam empurrar a terceira maior economia do mundo para a recessão.
Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, tem enfrentado queda na popularidade em meio ao avanço do coronavírus, apontam pesquisas
Getty Images/BBC
O primeiro-ministro, Shinzo Abe, decidiu formalmente o novo estímulo menos de duas semanas depois que seu gabinete aprovou um plano anterior de gastar 108,2 trilhões de ienes (US$ 1 trilhão), que tinha pagamentos detalhados de 300.000 ienes para famílias com quedas acentuadas de renda.
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Abe cedeu à pressão de dentro de seu próprio bloco governista para aumentar a ajuda com um pagamento de 100.000 ienes (cerca de R$ 4,9 mil) para cada cidadão, em vez de 300.000 ienes (cerca de R$ 14,6 mil) para um número limitado de famílias, dizem os analistas, lançando dúvidas sobre sua liderança em meio à queda do apoio. A nova quantia triplica o custo do que o governo originalmente planejava para 12 trilhões de ienes.
“Entendo que o esquema de pagamento de 100.000 ienes foi decidido com o objetivo de incentivar todos os cidadãos a ajudarem a superar essa crise como um só”, disse o ministro das Finanças, Taro Aso.
“O ministério das Finanças fará todo o possível para que isso seja decretado rapidamente, para que os pagamentos e outros apoios sejam entregues às pessoas o mais cedo possível.”
A expansão do esquema deve sustentar o consumo privado que representa mais da metade da economia, disseram alguns analistas, embora muitos outros acreditem que a maioria dos pagamentos acabará em poupanças.
“Os beneficiários dos pagamentos incluem os ricos e as pessoas cuja renda não está sofrendo, de modo que a poupança também aumentará”, disse Ryutaro Kono, economista-chefe do BNP Paribas Securities.
“Mesmo considerando que mais pessoas sofrerão problemas econômicos neste momento do que durante a crise financeira de 2009, a proporção dos pagamentos que serão gastos é estimada em cerca de 40%. Como tal, isso elevaria o PIB apenas em 0,3 ponto percentual.”