Economia

Guedes afirma que Brasil 'tem rumo'; Braga Netto diz seguir 'trilho' da Economia

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Ministros da Economia e da Casa Civil participaram juntos de entrevista coletiva para falar sobre o Pró-Brasil. Programa foi anunciado no dia 22 por Braga Netto sem presença de Guedes. ‘Nunca briguei com Paulo Guedes’, diz Braga Netto
O ministro da Casa Civil, Braga Netto, afirmou nesta quarta-feira (23) que o governo segue o “trilho programado pela Economia”. Em seguida, ao lado de Braga Netto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ser preciso dar sinais a investidores e agentes econômicos que o Brasil tem “rumo” e que ações dos ministérios devem “caber” no orçamento.
Braga Netto e Guedes deram as declarações em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto na qual falaram sobre o programa Pró-Brasil, anunciado pelo governo federal como uma tentativa de ajudar o país a superar a crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
Quando anunciou o programa, há uma semana, Braga Netto concedeu uma entrevista coletiva no Planalto ao lado de outros ministros, mas sem Paulo Guedes. Ao final da entrevista desta quarta-feira, os dois deram um abraço e sorriram.
Nesta quarta, ao iniciar a entrevista, o ministro da Casa Civil disse que faria alguns esclarecimentos sobre “interpretações equivocadas” a respeito da ausência de Guedes no anúncio. Braga Netto não mencionou um caso específico.
“Em nenhum momento se pensou em sair do trilho programado pela Economia. Quem dá esse caminho, a palavra final, é a Economia, se é possível ou não. E quem decide é o presidente”, declarou o chefe da Casa Civil.
Na sequência da entrevista, Paulo Guedes também negou ter algum tupo de desentendimento com Braga Netto e afirmou que não houve “estresse” entre eles.
“Eu quero deixar claro primeiro esse ponto, que nosso relacionamento é o melhor possível”, disse Guedes. “Não houve nenhum estresse com o nosso chefe da Casa Civil”, acrescentou. Segundo o ministro da Economia, o que houve foi “com certeza” um “mal-entendido”.
“O governo Bolsonaro está fazendo reformas estruturais e, em pouco mais de três semanas, se tornara um governo de medidas emergenciais. É claro que o governo estava no trilho, saiu do trilho para combater o incêndio na mata. Temos que sinalizar para todo mundo, para os investidores, para os agentes econômicos, que o Brasil tem rumo, tem programa, vamos seguir o nosso programa de transformação de Estado brasileiro”, disse Guedes.
Guedes relatou que quando o mercado acreditou que haveria um desvio na política econômica, com mais gastos públicos, a bolsa passou a cair.
“A bolsa é uma sinalização do futuro. Ela está dizendo que ‘por aí, o futuro é ruim’. Aí você fala ‘não é nada disso’. São programas adicionais que temos que encaixar dentro dos trilhos da prosperidade”, acrescentou o ministro da Economia na entrevista.
Guedes voltou a dizer que os gastos públicos de combate à pandemia da Covid-19 não podem continuar no próximo ano. “Seria muito oportunismo político, muita irresponsabilidade fiscal, seria imperdoável para a população brasileira se aproveitássemos uma crise na saúde para transformar seja em uma farra eleitoral, seja em um protagonismo excessivo de um ou outro ministro que queria, para se engrandecer, colocar em risco o governo do presidente”, disse.
Guedes afirmou ainda que o presidente Jair Bolsonaro conhece o programa econômico do seu governo. “O presidente sabe a missão dele, tem noção e conhece o próprio programa. E o programa dele era esse: vamos manter o programa no trilho”.
Ministro da Economia diz que dar licença para gastar demais seria oportunismo político
Reajuste de servidores
Durante a entrevista, Paulo Guedes voltou a defender o congelamento de salários de servidores. Segundo o ministro a sociedade brasileira, a opinião pública, “vai aplaudir isso”. “É simples, é compreensível, e a população brasileira, a opinião pública vai aplaudir isso”, disse.
O congelamento de reajustes deve ser incluído no projeto de ajuda financeira a estados e municípios que será votado pelo Senado. O congelamento seria uma contrapartida à ajuda da União.