Meio Ambiente

Greenpeace estende faixa em prédio da Comissão Europeia na qual culpa europeus por incêndios na Amazônia

Greenpeace estende faixa em prédio da Comissão Europeia na qual culpa europeus por incêndios na Amazônia thumbnail

Ao comprar soja e outros produtos de áreas desmatadas, a Europa é cúmplice da destruição, de acordo com os ativistas responsáveis pela campanha do Greenpeace. Imagem estendida pelo Greenpeace na sede do prédio da Comissão Eurpeia
Aris Oikonomou / AFP
A ONG Greenpeace estendeu, nesta sexta-feira (11), uma faixa gigante na fachada da sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, em que culpa a Europa pelo desmatamento na floresta amazônica.
Salles e Mourão negam incêndios confirmados em números e imagens de satélite na Amazônia
Na mensagem, se lê “Amazônia queima, Europa é culpada”. Colocada de madrugada na fachada da sede do Executivo europeu, a faixa mostra a imagem da vegetação em chamas. Em um momento, dois alpinistas que desceram com cordas do topo do prédio usaram dispositivos de fumaça reais.
Mourão e Salles contestam críticas a queimadas na Amazônia com vídeo de animal da Mata Atlântica
Fumaça das queimadas se estende por 3 mil quilômetros e atinge Sul e Sudeste
“Os incêndios na Amazônia estão longe, mas a Europa está jogando petróleo nas chamas. Ao comprar soja e outros produtos de áreas desmatadas, a Europa é cúmplice da destruição”, denunciou Sini Erajaa, ativista responsável pela campanha agrícola e florestal do Greenpeace.
Ele pede uma lei europeia que obrigue a sinalização, em produtos de supermercados, de produtos que contribuíram para incêndios florestais ou violações de direitos humanos.
Segundo o Greenpeace, com importações de carne bovina, soja, óleo de palma, café, ou cacau, a União Europeia é “responsável por mais de 10% do desmatamento no mundo”.
“As empresas se comprometeram voluntariamente há uma década a acabar com o desmatamento em sua cadeia de abastecimento, mas isso não funcionou”, declarou à AFP Sébastien Snoeck, ativista do Greenpeace que estava na frente do prédio da Comissão.
Esses produtos “continuam a serem importados pela Europa com muito pouco controle”, afirmou Snoeck.
Segundo ele, “não podemos contar” com o governo do presidente Jair Bolsonaro para proteger a maior floresta tropical do mundo, onde os incêndios aumentaram 28% em julho de 2020, em relação a julho de 2019.
Por isso mesmo, preocupa o vasto acordo comercial ainda não ratificado entre UE e Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Cada vez mais Estados-membros expressam sua forte relutância em validar este acordo, devido à ameaça ambiental no Brasil.
Embora a Comissão Europeia tenha acabado de lançar uma consulta pública para refinar sua estratégia contra o desmatamento, “é bom lembrar que compromissos voluntários não funcionaram, e que ações muito concretas devem ser tomadas”, argumentou Snoeck.