Economia

FMI diz que Argentina segue 'um rumo positivo'

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País recorreu ao fundo no ano passado. Diretor da entidade diz que novo governo anunciou ‘medidas importantes’ para estabilizar situação econômica. O governo da Argentina, empossado em dezembro, segue um rumo econômico positivo, disse o diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, em uma antecipação de uma entrevista para a CNN que vai ao ar no domingo.
Segundo o alto funcionário, as autoridades argentinas, que estão há menos de um mês no poder, não expuseram ainda um “plano mais detalhado”. Mas mesmo assim, “as primeiras medidas nos fazem ver que o governo está se movimentando em uma direção positiva”, continuou.
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O presidente Alberto Fernández manifestou a intenção de cumprir com as obrigações da dívida, mas advertiu que o fará quando a economia voltar a gerar recursos, depois de quase dois anos de recessão e queda do Produto Interno Bruto (PIB), durante a Presidência de Mauricio Macri (2015-19).
“O governo anunciou medidas importantes, que têm como objetivo proteger os mais vulneráveis e tentar estabilizar a situação de instabilidade dos últimos meses”, disse Werner.
O ex-presidente Mauricio Macri recorreu no ano passado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) como salva-vidas quando os mercados internacionais de empréstimos lhe fecharam as portas, colocando-o sob o risco de default.
O FMI deu a Macri a ajuda mais substanciosa da história, com um ‘stand by’ de US$ 57 bilhões, mas só chegou a desembolsar US$ 44 bilhões. Fernández disse que não quer mais um centavo do FMI porque não poderia devolvê-lo.
“É importante que tenhamos um diálogo mais profundo e detalhado com a Argentina, como expressou o presidente Fernández e o ministro (da Economia, Martín Guzmán)”, disse o funcionário da entidade.
Werner esclareceu que as medidas de emergência foram lançadas “em um contexto no qual as contas fiscais não são afetadas e que qualquer aumento de gastos anda de mãos dadas com um aumento de receita que o financie de forma saudável”.
Economia do Chile
Ao contrário, ao falar do Chile, Werner disse que “os indicadores de alta frequência para outubro mostraram uma contração muito importante, que levou vários analistas a revisar o crescimento da economia chilena em mais de um ponto percentual para 2019 e 2020”.
“Não revisamos ainda. Vamos fazê-lo por volta da terceira semana de janeiro, que é a data em que apresentamos a atualização de nossos prognósticos”, acrescentou.
Mas, advertiu que “claramente nossa estimativa (do FMI) terá um efeito importante. Um crescimento (no Chile) que se antecipava que subisse em uma faixa de 2,5% e 3,5%, terá uma revisão considerável para baixo”.
O Chile foi palco de maciças manifestações por volta do fim de 2019, em protesto contra a situação econômica e social no país.