Economia

Executivos do Twitter, Google e Facebook falam sobre desinformação no Congresso dos EUA

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Zuckerberg (Facebook), Dorsey (Twitter) e Pichai (Google) foram convocados a um comitê da Câmara americana sobre iniciativas contra notícias falsas e que pensam sobre ‘Seção 230’. Twitter, Google e Facebook participam de audiência no Senado dos EUA nesta quarta (28)
Jose Luis Magana, LM Otero, Jens Meyer/AP Photo
Os presidentes-executivos de Facebook, Twitter e Google participam nesta quinta-feira (25) de uma audiência com membros do Comitê de Energia e Comércio da Câmera dos Estados Unidos para falar sobre desinformação na internet.
Os depoimentos começaram às 13h (horário de Brasilía), mas Mark Zuckerberg (Facebook), Jack Dorsey (Twitter) e Sundar Pichai (Google) anteciparam os seus discursos preparados para a audiência.
Eles falaram, com exceção de Dorsey, sobre a “Seção 230”, uma lei que protege as empresas da responsabilidade sobre o que é publicado por seus usuários.
As audiências com os executivos das grandes empresas de tecnologia se tornaram frequentes desde o ano passado para ouvi-los sobre moderação de conteúdos e práticas de mercado. No ano passado, Google e Facebook foram processados nos EUA por práticas anticompetitivas.
Facebook
Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, destacou em um depoimento escrito seus esforços para diminuir a desinformação na rede social durante as eleições americanas e durante a pandemia.
Segundo ele, publicações com conteúdo político representam cerca de 6% do que as pessoas veem nos EUA sem seus feeds de notícias, mas as conversas na rede sempre irão refletir os debates da sociedade.
Um levantamento da própria empresa em outubro de 2020 mostrou que a maioria das páginas com mais engajamento (curtidas, comentários e compartilhamentos) abordavam esses temas.
Em fevereiro passado, o Facebook anunciou um teste no Brasil e EUA para reduzir a quantidade de posts políticos no feed das pessoas.
“Embora trabalhemos duro para prevenir abusos nas nossas plataformas, as conversas vão sempre refletir aquelas que acontecem em nossas salas, televisões, mensagens de texto e ligações ao redor do país. Nossa sociedade é profundamente dividida, e vemos isso em nossos serviços também”, afirmou Zuckerberg.
Em 2018, o presidente-executivo da rede social afirmou que as pessoas se “envolvem desproporcionalmente com o conteúdo mais sensacionalista e provocativo”.
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Zuckerberg aconselhou os congressistas a se concentrarem em transparência ao reformarem a Seção 230.
“Em vez de ser concedida imunidade, as plataformas deveriam ser obrigadas a demonstrar que possuem sistemas para identificar conteúdo ilegal e removê-lo”, disse.
O que constitui um sistema adequado deve depender do tamanho da plataforma e ser estabelecido por um terceiro que garanta as práticas e que seja justo e claro, defendeu.
Google
Sundar Pichai, presidente-executivo do Google, também expôs iniciativas do Google sobre desinformação na pandemia e nas eleições americanas.
Ele fez sugestões para reformar a lei, mas diferente de Zuckerberg, não defendeu a adoção de um conjunto de práticas recomendadas.
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Ele afirmou que “sem a Seção 230, as plataformas filtrariam excessivamente o conteúdo ou não seriam capazes de filtrar o conteúdo de forma alguma”.
Pichai propôs soluções como o desenvolvimento de políticas de conteúdo claras e acessíveis, notificando as pessoas quando seu conteúdo é removido e dando-lhes maneiras de apelar das decisões de conteúdo.
“Regulação tem um papel importante para assegurar que iremos proteger o que é ótimo na web aberta, enquanto abordamos perigos e melhoramos a responsabilização. Nós, no entanto, nos preocupamos com muitas propostas recentes para mudar a Seção 230 – incluindo revogá-la por completo – não iria servir esse objetivo”, afirmou.
Twitter
Jack Dorsey, do Twitter, foi o mais breve em sua apresentação. Ele disse que foi criado “um déficit de confiança” em todo o ecossistema de informação nos últimos anos nos EUA e no mundo.
Depois, ele listou iniciativas de combate à desinformação em sua plataforma e comentou sobre duas iniciativas que a companhia está experimentando: o Birdwatch, que permite que as pessoas façam comentários para contextualizar postagens, e a Bluesky, uma equipe independente financiada pelo Twitter que trabalha na criação de padrões abertos e descentralizados para as mídias sociais.
Dorsey foi o único que não abordou especificamente alterações na seção 230.
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