Planta tem aplicações na indústria e pode ser cultivada junto da produção de moluscos. Em Santa Catarina, criadores de mariscos e ostras expandem produção e cultivam algas
Os produtores de mariscas e ostras, chamados de maricultores, ganharam uma nova fonte de renda em Santa Catarina com o plantio da Kappaphycus Alvarezii, uma alga descoberta nas Filipinas e depois levada para o Japão.
Ela agora ganha espaço no Brasil, com um plantio feito por meio de mudas. O interessante é que, com essa alga, é possível produzir uma gelatina, chamada carragenana.
Rica em fibras, essa substância não tem gosto e por isso é importante para a indústria. Segundo especialistas, a gelatina pode ser usada como um espessante versátil. As aplicações não são apenas para a indústria alimentícia como uso em clarificante de cerveja ou de vinho.
A carragenana, também conhecida como macroalga, pode ser usada também para absorção de pigmentos em tinturas e produtos cosméticos e de higiene, além de aplicações na indústria farmacêutica, na fabricação de cápsulas em gel. Atualmente, o Brasil importa US$ 12 milhões em macroalga todos os anos.
Segundo estudos feitos pela Universidade Federal de Santa Catarina, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do estado e os maricultores as algas se adaptaram muito bem ao litoral catarinense.
Para os produtores a boa notícia é a perspectiva de geração de renda. O tempo entre plantio e colheita é curto, de cerca de dois meses, o que garante até 6 ciclos por ano. Segundo os estudos, o maricultor vai conseguir colher em cada ciclo cerca de dez toneladas da alga por hectare.
O cultivo pode ser combinado com a criação de ostras, mexilhões e vieiras e a possibilidade de adicionar a macroalga é um ponto positivo para Santa Catarina, maior produtor de moluscos do Brasil, com pouco mais de 14 mil toneladas no ano passado.
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