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De onde vem o novo coronavírus e qual a relação dele com os animais?

Existem vários tipos de coronavírus e os que afetam os bichos não necessariamente atingem os humanos. Portanto, nenhuma vacina serve para as pessoas. De onde vem o novo coronavírus e qual a relação dele com os animais?
A Covid-19 assusta a humanidade, mas ainda não se sabe a origem desta doença. Isso porque, segundo cientistas, existem vários tipos de coronavírus.
Veja perguntas e respostas sobre o novo coronavírus
Alguns deles só contaminam bichos e não passam para o ser humano, já o novo coronavírus atinge apenas as pessoas, mas não contamina os animais.
Desde a década de 1970, a família dos coronavírus vem sendo estudada por cientistas do mundo todo, e são dezenas de tipos da doença que infectam animais silvestres, como os morcegos; animais de criação, como gado, porco e cavalo; e animais de estimação, como gato, cachorro. Agora, também os humanos.
Mas toda essa história começou há muito mais tempo, e foi com as galinhas.
A origem
Na década de 1930 foi descrita uma doença que até hoje atinge esses animais: a bronquite infecciosa. o veterinário Paulo Brandão, da Universidade de São Paulo (USP), dedica seus estudos ao mundo dos vírus. ele explica que esta foi a primeira doença registrada por coronavírus.
“Depois, várias doenças foram descritas, em bovinos, suínos e em humanos Até que a famílias dos coronavírus começou a ser formalizada, ali pelos anos 1960 e, dali, os estudos mais aprofundados continuaram”, afirma.
Foram essas pesquisas que deram a certeza de que os coronavírus dos animais não passam para o homem, assim como o novo coronavírus não passa do homem para os animais.
“Cada animal tem o seu próprio coronavírus. Para qualquer vírus, para ele entrar no seu hospedeiro é como uma chave e a fechadura. Se ele quer entrar no meu organismo, na minha fechadura, tem que ser a chave própria.O coronavírus de bovino tem a chave para entrar no nosso organismo? Não.”
“Esse coronavírus novo, humano, tem a chave certinha para entrar na nossa fechadura e entrar no nosso organismo. Coronavírus não gosta de passar de hospedeiro (animal) para hospedeiro (humano)”, acrescenta Brandão.
Nessa regra, houve apenas uma exceção. “O único animal implicado em passar coronavírus para humano até hoje foram os morcegos. Não tem nenhum outro, que é de onde veio esse novo agora aqui”, afirma o veterinário da USP.
Paulo Brandão explica que, na natureza, os morcegos funcionam como um reservatório com vírus de todos os tipos. Ele afirma que existem duas teses que justificam a passagem do coronavírus deles para os humanos.
“Ou o vírus já veio pronto do morcego e já sabia infectar humanos muito bem. A pessoa foi lá se expôs a esse morcego, pegou o vírus prontinho já. Ou esse vírus foi se adaptando aos poucos nas pessoas.”
Mas fica o alerta: caçar morcego é proibido por lei. Além disso, é perigoso, já que ele transmite a raiva. E tem papel importante na natureza, espalhando sementes e polinizando plantas.
Vacina de animais não servem em humanos
A primeira vacina contra o coronavírus dos animais surgiu já na década de 1970, em uma corrida para diminuir as perdas na criação. Vale lembrar que ela não serve para curar humanos.
“Nem pensar em usar nenhum produto veterinário, e nem essas vacinas de coronavírus muito menos, para humano. Os vírus são totalmente diferentes”, explica Paulo Brandão, veterinário da USP.
A venda das vacinas que combatem os coronavírus em animais, movimenta algo em torno de R$ 184 milhões por ano no Brasil. incluindo a medicação para cães, aves e ruminantes.
Assim, no dia a dia, as atitudes são as mesmas tanto para quem mora na cidade quanto para quem vive no campo.
A pessoa doente, ela tem que ficar em quarentena. Não porque ela vai infectar o animal, mas porque o animal pode servir como um carregador ali, né, no pelo, na rédea, na sela, para não infectar essas coisa e para não contaminar o seu colega de trabalho”, diz.
Prejuízos na criação de aves
O coronavírus atua diretamente nas células, desorganizando a estrutura até levá-las à morte. Nas aves, por exemplo, se não houver nenhuma prevenção, a conta pode ficar alta.
“A gente fez um estudo, por exemplo, em avicultura que tem bronquite infecciosa das galinhas. O que a gente encontrou foi: que para mil matrizes, a perda é de US$ 4,6 mil”, diz.
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