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Conheça a Bomba Rosário, um equipamento que pode ajudar produtores do sertão do Nordeste

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Esta bomba auxilia na retirada de água de poços e facilita o trabalho de pequenos agricultores. Saiba como montar e veja como funciona. Conheça a Bomba Rosário, um equipamento que pode ajudar produtores do sertão do Nordeste
Uma tecnologia simples e que ajuda bastante pequenos produtores rurais do sertão do Nordeste, a Bomba Rosário, uma bomba d’água barata e fácil de construir, que foi desenvolvida por universitários do Ceará.
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A ideia foi concebida em um laboratório do Instituto Federal do estado e colocada em prática em uma comunidade rural de Maracanaú, cidade que fica na região metropolitana de Fortaleza.
O nome Bomba Rosário vem da disposição dos anéis de borracha do aparelho, que lembram um rosário de rezar o terço. Não é uma ideia nova, mas foi adaptada às condições do semi-árido Nordestino por dois alunos: Rifandreo Barbosa, de engenharia ambiental e Breno Araújo, de química.
Estudantes explicam uso da Bomba Rosário
Time Enactus IFCE Maracanaú
O protótipo do equipamento foi elaborado com materiais muito simples: são canos, conexões, redutores de plástico junto com uma cordinha com anéis feitos de uma chinela de borracha. Comprando tudo em loja, não sai mais que R$ 200.
Para saber como montar a Bomba Rosário, clique aqui e veja o manual elaborado pelos criadores.
E veja vídeo acima como ela funciona.
Quase 40 anos atrás, o Globo Rural já mostrava a construção de bombas desse tipo no Brasil, o que muda são os materiais. Mas a técnica é muito mais antiga ainda: em países do Oriente, como a China, se usava madeira na construção, era a chamada “bomba de corda”.
Primeiros testes
O primeiro experimento foi montado na horta do produtor Antônio Barros da Silva, mais conhecido na região como “Sucata”, pelo gosto de juntar tranqueiras e inventar coisas. E o equipamento foi justamente montado com coisas de ferro-velho.
Antes da Bomba Rosário, ele precisava tirar água do poço e armazenar em uma caixa d’água, para depois regar as plantas. Neste trabalho, ele gastava até três horas por dia. Agora, com a bomba, ele não leva mais do que 40 minutos.
Economia de tempo e de esforço, já que o aparelho é mais simples de usar. Sucata também não precisa mais fazer a rega, agora tem um sistema de mangueira e canos que faz a aspersão diretamente para os canteiros, conhecido como pirulitos.
O seu Sucata foi o primeiro, mas não foi o único a utilizar a invenção. A Bomba Rosário está “fazendo chover” também na horta da produtora Maria Luiza da Silva, que ocupa um terreno vizinho. O equipamento mudou a rotina da propriedade, são muitas horas a menos para encher as caixas d’água.
Assim como o Sucata, Maria Luiza produz de tudo: tomate, alface, almeirão, mandioca, vagem, milho, banana… e muito mais, sem uso de adubo químico e agrotóxicos.
Novos frutos
Estudantes auxiliam a comunidade indígena Pitaguary no uso da Bomba Rosário
Time Enactus IFCE Maracanaú
A experiência já rendeu novos frutos aos estudantes do Instituto Federal. Em cooperação com a Secretaria de Assistência Social de Maracaú.
Os alunos também montaram a Bomba Rosário na comunidade indígena dos Pityguaras, cerca de 15 famílias estão sendo beneficiadas, inclusive com o tratamento de água. Os índios estão montando hortas para consumo e geração de renda.