Nutricionista alerta sobre os efeitos invisíveis dos alimentos ultraprocessados no organismo
Uma alimentação equilibrada pode ser decisiva para prevenir doenças silenciosas e reduzir inflamações crônicas no organismo. Segundo a nutricionista Maria Fernanda Castioni, professora da Universidade Católica de Brasília (UCB) e mestre em bioquímica, a chave está em trocar alimentos ultraprocessados por ingredientes naturais, especialmente no café da manhã.
“Não se trata de uma inflamação visível, como a de um machucado”, explica a especialista. “Estamos falando de um processo crônico, muitas vezes silencioso, que afeta o metabolismo, aumenta a resistência à insulina, interfere na construção muscular e eleva o cortisol, hormônio ligado ao estresse.”
O que evitar no desjejum?
Alimentos ultraprocessados são os principais vilões. Eles contêm grandes quantidades de açúcares, gorduras modificadas, corantes e aditivos químicos que desencadeiam uma reação inflamatória no corpo. Entre os exemplos mais nocivos, está o xarope de milho, presente em refrigerantes e guloseimas industrializadas.
Além disso, o excesso de gorduras do tipo ômega 6, como as encontradas nos óleos de soja e milho, também pode elevar os marcadores inflamatórios no sangue, como a interleucina-6, a proteína C reativa e o TNF-alfa.
O que incluir no café da manhã?
A nutricionista destaca que o ideal é apostar em “comida de verdade”, rica em compostos bioativos com ação antioxidante e anti-inflamatória. Abaixo, algumas sugestões saudáveis para o desjejum:
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Cuscuz enriquecido com linhaça ou aveia: substitui o pão branco e oferece fibras que auxiliam na digestão e reduzem a carga glicêmica.
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Frutas alaranjadas in natura, como mamão e manga: ricas em carotenoides, têm efeito anti-inflamatório e são precursoras da vitamina A.
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Sucos naturais de laranja, kiwi ou acerola: fontes de vitamina C, ajudam a neutralizar os radicais livres.
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Vitamina com iogurte natural (sem açúcar), frutas, aveia e linhaça: combinação rica em fibras, proteínas e antioxidantes.
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Tapioca com aveia e azeite de oliva: opção leve, com adição de gordura saudável e menor índice glicêmico.
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Smoothies com frutas e iogurte natural: além de saborosos, são nutritivos e auxiliam na digestão.
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Chá verde e suco de uva integral (sem açúcar): aliados potentes por conterem polifenóis com ação anti-inflamatória.
Cores que curam
Frutas com coloração roxa ou vermelha intensa, como amora, mirtilo, morango, cereja e uva roxa, são ricas em antocianinas e antioxidantes. Castioni reconhece que algumas dessas frutas têm custo elevado no Brasil, mas aponta alternativas acessíveis, como ameixa e repolho roxo, que também oferecem benefícios semelhantes.
Uma questão de equilíbrio
A especialista lembra que o açúcar das frutas não é prejudicial quando consumido em sua forma natural, pois vem acompanhado de fibras, antioxidantes e compostos bioativos que ajudam a combater a inflamação.
“Enquanto os alimentos ultraprocessados aumentam a inflamação, os alimentos naturais, ricos em substâncias bioativas, ajudam a reduzi-la”, afirma Castioni.
A dica final da nutricionista é simples, mas poderosa: priorize alimentos frescos e minimamente processados. Uma rotina alimentar com foco na saúde começa pela primeira refeição do dia — e pode ser mais saborosa do que parece.
Voz de Brasília
Fonte: Correio Braziliense
Foto: foto da web





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