Por Voz de Brasília
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou nesta quarta-feira (23), em Xangai, o papel estratégico do Brasil no cenário global da transição energética e da mineração sustentável. A fala ocorreu durante a abertura do Brazil-China Economic Summit, evento que reúne autoridades, empresários e especialistas em busca de fortalecer a cooperação bilateral entre os dois países em áreas-chave como energia, inovação e desenvolvimento sustentável.
“Com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, o Brasil é solo fértil para investimentos. Estamos prontos para estreitar laços com a China em prol de uma nova economia verde, que gere empregos, desenvolvimento e soberania tecnológica”, afirmou o ministro Alexandre Silveira.
O encontro foi promovido pelo Valor Econômico, pela Caixin Global e pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI). A programação incluiu debates sobre a transformação energética, a nova economia de baixo carbono e o papel das cadeias produtivas globais.
Minerais críticos: Brasil quer se consolidar como fornecedor estratégico
Um dos principais focos da missão brasileira na China foi o fortalecimento da cooperação em torno da cadeia de minerais estratégicos — como lítio, nióbio, grafite e terras raras — recursos considerados essenciais para a transição energética e para as tecnologias do futuro.
Silveira anunciou que o governo trabalha na criação da Política Nacional de Minerais Críticos, iniciativa que visa não apenas garantir segurança na oferta desses insumos, mas também agregar valor à produção mineral nacional, com respeito às diretrizes de sustentabilidade e governança ESG.
“O Brasil tem reservas abundantes, ambiente de negócios estável, energia limpa e mão de obra qualificada. Com a China como parceira estratégica, queremos nos tornar líderes em uma cadeia de suprimentos que seja segura, sustentável e tecnologicamente soberana”, pontuou o ministro.
Energia limpa: investimentos e inovação na matriz brasileira
A transição energética foi outro eixo central do evento. Um dos projetos em destaque é o Linhão Manaus-Boa Vista, obra que está 80% concluída e que, até o fim de 2025, deve conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), com investimento de R$ 2,6 bilhões.
O Brasil também apresentou seus avanços em políticas públicas voltadas a combustíveis limpos. O ministro destacou o plano nacional de ampliação do uso de biodiesel e a meta de introdução do E30 — mistura de 30% de etanol à gasolina — até 2030, com potencial de atrair grandes investimentos e gerar milhares de empregos na cadeia produtiva de biocombustíveis.
Hidrogênio verde: Ceará poderá produzir 300 mil toneladas por ano
O Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), sancionado em 2024, também teve destaque nas discussões. A iniciativa prevê incentivos à produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono e o desenvolvimento de polos estratégicos em diferentes regiões do país.
Um dos projetos mais promissores é o Complexo do Pecém, no Ceará, que poderá produzir até 300 mil toneladas de hidrogênio verde por ano, com expectativa de gerar 25 mil empregos diretos e indiretos.
“Estamos construindo um futuro em que o Brasil não apenas participa, mas lidera a transição para uma economia de baixo carbono”, reforçou Silveira.
Brasil e China: compromisso conjunto com o futuro sustentável
Segundo o ministro, Brasil e China compartilham valores importantes no contexto global: estabilidade, planejamento e compromisso com o desenvolvimento sustentável. A aliança entre os dois países é vista como estratégica para impulsionar a inovação tecnológica e ampliar as possibilidades de investimento nos setores energético e mineral.
fonte:agência gov
foto:Agência Gov – EBC





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