Meio Ambiente

BID lança fundo de até US$ 1 bilhão para financiar projetos sustentáveis na Amazônia

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Fundo vai selecionar iniciativas que promovam atividade inclusivas e estimulem ‘bioeconomia’, diz instituição. Ministro Paulo Guedes afirma que setor privado poderá doar recursos. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou nesta quinta-feira (18) a criação de um fundo para desenvolver projetos sustentáveis na Amazônia. O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, participaram do evento virtual.
De acordo com a instituição, o objetivo do fundo é promover atividades econômicas inclusivas e sustentáveis ​​que estabelecem as bases para uma economia local baseada em ativos florestais, biodiversidade e baixas emissões.
O dinheiro também deverá ser usado para estimular a “bioeconomia” e promover instrumentos financeiros inovadores que atraiam investimentos de forma sustentável para a região amazônica.
O presidente do BID, Mauricio Claver-Carone, informou que o fundo terá dotação inicial de US$ 20 milhões para cooperação técnica e elaboração de projetos. A expectativa é de que o montante a ser emprestado para os projetos sustentáveis na região alcance o patamar de US$ 1 bilhão. “Estamos falando com alguns países europeus que se interessaram”, declarou.
O executivo informou ainda que o fundo é apoiado por sete dos nove países da região amazônica. Ficaram de fora a Guiana Francesa e a Venezuela.
“Responsabilidade climática com crescimento econômico não são conflitivos. Ao contrário, essas políticas agregam o crescimento econômico. Essa é a filosofia dessa iniciativa. Por isso, é importante contar com o apoio governos diversos, com diferentes tendências políticas e ideológicas. Não há conflito entre crescimento econômico e política responsável para o clima”, disse o presidente do BID.
Em agosto, Bolsonaro falou sobre tema em reunião com presidentes da região
Até outubro de 2020, outra iniciativa para investir em projetos sustentáveis na região amazônica – o Fundo Amazônia – tinha R$ 2,9 bilhões em recursos paralisados, à espera da solução de um entrave entre o governo brasileiro e os países europeus que aportam a maior parte das verbas.
Governo brasileiro
Um discurso gravado do presidente Jair Bolsonaro foi transmitido no evento virtual de lançamento do fundo. O presidente disse “motivo de orgulho” para o governo que o fundo tenha como uma de suas prioridades o fomento à bioeconomia.
Bolsonaro disse que esse foi o principal pedido feito pelo Brasil ao BID, em 2019, ao propor a criação do instrumento. Para o presidente, o fim do desmatamento ilegal na Amazônia só será possível com o desenvolvimento da região e a melhora de vida da população.
“O desenvolvimento sustentável e o fim do desmatamento ilegal dependem da valorização da economia amazônica e da melhoria da qualidade de vida da população local. Por isso, estamos trabalhando para criar empregos, produtos e serviços que utilizem de modo sustentável os recursos da floresta”, declarou.
Bolsonaro disse que pediu mecanismos de transparência ao BID para evitar desperdício e desvios e que o setor público, na visão dele, é um “ator decisivo no processo de desenvolvimento sustentável da Amazônia”.
O presidente acrescentou que o fundo respeitará prioridades nacionais e interesses soberanos de cada país, mas que não se pode “abrir mão da versatilidade, da inovação e da capacidade de investimento da iniciativa privada”.
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O ministro Paulo Guedes, por sua vez, afirmou que o intuito original de estabelecer uma plataforma para captação de doações para Amazônia conta com a flexibilidade para captação de recursos do setor privado. “O apoio do banco é bem-vindo para fortalecer essa agenda, o que irá requerer recursos financeiros, conhecimento e capacidade de mobilização dos diversos agentes”, declarou.
Para Guedes, é preciso ampliar as oportunidades da bioeconomia e “desenvolver cadeias produtivas com alto potencial de agregação de valor e melhorar a integração entre o setor produtivo e as instituições de pesquisa e desenvolvimento”.
Por fim, o ministro afirmou que o governo quer “extirpar a mineração ilegal, o desflorestamento e desmatamento ilegais”.
Após registrar, em 2020, o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia Legal desde 2015, com um total de 8.426 km², segundo dados Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), os números mostram um recuo dos alertas nos dois primeiros meses deste ano.
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