Economia

Argentina adia pagamento de dívida local por coronavírus, e agência de classificação de risco rebaixa país

Argentina adia pagamento de dívida local por coronavírus, e agência de classificação de risco rebaixa país thumbnail

Fitch rebaixou nota de crédito de longo prazo da Argentina de CC para ‘default restrito’. País tenta renegociar US$ 83 bilhões em dívida em moeda estrangeira. Argentina adia pagamento de parte da dívida por causa da pandemia
A Argentina decidiu adiar pagamentos de até US$ 10 bilhões em dívidas emitidas em dólares sob a lei local até o final do ano por causa do coronavírus, informou o governo por meio de um decreto, em uma tentativa de aliviar a pressão sobre pagamentos iminentes em moeda estrangeira.
O decreto de necessidade e urgência não afetará os cerca de US$ 70 bilhões em dívidas em moeda estrangeira emitidas sob a lei internacional e que a Argentina está atualmente negociando para reestruturar com os credores.
“A crise de saúde mundial gerada pela pandemia do coronavírus Covid-19 alterou os prazos previstos oportunamente no ‘Cronograma de ações para a gestão do Processo de Restauração da Sustentabilidade da Dívida Pública Externa'”, explicou o decreto publicado no Diário Oficial.
Após o anúncio, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito de longo prazo da Argentina de CC para “default restrito”.
Argentina prevê ‘calote técnico’ de dívida com credores
Reestruturação da dívida
O governo da Argentina está tentando reestruturar US$ 83 bilhões em dívida em moeda estrangeira sob as leis locais e internacionais, à medida que tenta evitar um default soberano que afetaria seu acesso aos mercados globais.
A decisão de adiar os pagamentos da dívida sob a lei local pode dar espaço à Argentina e permitir que seja mais fácil efetuar pagamentos de títulos emitidos sob leis estrangeiras. Como a dívida foi emitida de acordo com a lei local, todos os credores que desejam tomar uma ação legal precisariam fazê-lo nos tribunais locais.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, e seu ministro da Economia, Martín Guzmán, disseram repetidamente que a Argentina não pode pagar suas dívidas públicas até que haja tempo para reavivar uma economia que está atolada em recessão nos últimos dois anos.
Seu principal credor, o Fundo Monetário Internacional (FMI), apoiou a posição do país, dizendo que suas dívidas são insustentáveis.