Pesquisa Genial/Quaest revela que a população brasileira apoia medidas mais duras na área de segurança pública. O levantamento foi realizado entre 6 e 9 de novembro de 2025, com 2.004 entrevistados de 16 anos ou mais, em entrevistas presenciais. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
Em meio ao debate sobre o PL Antifacção e à repercussão da megaoperação policial no Rio de Janeiro, 88% dos brasileiros afirmam que as penas deveriam ser mais severas, e 73% defendem que organizações criminosas sejam classificadas como terroristas — principal ponto de divergência entre base governista e oposição.
Além disso, 65% dos entrevistados apoiam a retirada do direito de visita íntima de presos ligados a facções, e 60% aprovam a PEC da Segurança Pública, proposta pelo governo Lula. Essa PEC amplia o papel do governo federal na formulação de políticas de segurança, mas enfrenta resistência de governadores. Já 52% defendem que a responsabilidade pela segurança pública passe ao governo federal.
A população, contudo, está dividida sobre permitir que cada estado tenha sua própria legislação de segurança: 46% são favoráveis e 48% são contrários.
A facilitação do acesso a armas de fogo é amplamente rejeitada: 70% são contra e 26% a favor.
Contexto político e reações
Como mostrou o Estadão, a megaoperação policial no Rio politizou o debate sobre segurança pública e antecipou discussões do calendário eleitoral. Além da PEC da Segurança, o Planalto aposta no PL Antifacção, enviado à Câmara em 31 de outubro, para endurecer a legislação contra o crime organizado.
O texto está sob relatoria do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Derrite vinha sendo criticado por propor a equiparação entre facções criminosas e grupos terroristas, mas essa medida tem amplo respaldo popular, segundo a pesquisa.
Nesta terça-feira (11), o deputado apresentou uma nova versão do projeto, retirando a equiparação direta entre crimes de facções e atos terroristas. O novo texto também mantém a competência plena da Polícia Federal, após críticas à tentativa inicial de reduzir seu protagonismo no combate ao crime organizado.
O que os brasileiros acham mais eficaz contra a violência
A pesquisa também perguntou quais medidas seriam mais eficazes para reduzir a violência.
-
46% apontaram o endurecimento das leis — com penas maiores e punição mais rígida — como principal caminho.
-
27% destacaram ações preventivas, como educação, oportunidades e políticas sociais.
Consórcio de governadores divide opiniões
A violência é citada por 38% dos entrevistados como o principal problema do país.
Nesse cenário, governadores como Cláudio Castro (PL-RJ), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) criaram o chamado “Consórcio da Paz”, para coordenar ações conjuntas de segurança pública.
A iniciativa, porém, divide a população:
-
47% consideram o consórcio uma ação política,
-
46% acreditam que ele pode ajudar a reduzir a violência.
Megaoperação no Rio tem apoio popular
A pesquisa foi feita durante a repercussão da megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos — o maior número de vítimas em uma operação na história do estado.
Segundo a Quaest, 67% dos brasileiros aprovam a ação, 25% desaprovam e 8% não opinaram.





Add Comment