O Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, segundo dados preliminares do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira (23) pelo IBGE. O número representa 7,3% da população brasileira com dois anos ou mais de idade.
Entre os dados destacados, o levantamento mostra que as pessoas com deficiência tendem a ser mais idosas: quase metade (45,4%) tem 60 anos ou mais, enquanto entre a população sem deficiência essa faixa etária representa apenas 14%. A maior longevidade feminina também se reflete nos dados — as mulheres com deficiência somam 8,3 milhões, contra 6,1 milhões de homens.
Deficiência aumenta com o avanço da idade
A presença de deficiências cresce de forma expressiva à medida que a idade avança. Apenas 2,2% das pessoas de 2 a 14 anos tinham algum tipo de limitação funcional. Entre os 15 e 59 anos, esse índice sobe para 5,4%, e chega a 27,5% entre os idosos com 70 anos ou mais.
Deficiência visual é a mais comum
Das 14,4 milhões de pessoas com deficiência no país:
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7,9 milhões relataram dificuldade para enxergar (mesmo com o uso de óculos ou lentes),
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5,2 milhões tinham dificuldades para andar ou subir degraus,
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2,7 milhões relataram dificuldades motoras finas (como pegar objetos pequenos ou abrir recipientes),
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2,6 milhões apresentavam limitações auditivas.
Além disso, 2% da população com dois anos ou mais relataram ter duas ou mais deficiências simultaneamente.
Desigualdade regional e nos domicílios
O estudo mostra que em 16% dos domicílios brasileiros havia pelo menos uma pessoa com deficiência. A maior concentração foi registrada no Nordeste (19,5%), seguido pelas regiões Norte (17,8%), Sudeste (14,7%), Centro-Oeste (14,3%) e Sul (14,1%).
Alfabetização e escolaridade ainda são desafios
O Censo também escancara a desigualdade educacional enfrentada pelas pessoas com deficiência. Entre aquelas com 15 anos ou mais, 2,9 milhões eram analfabetas — uma taxa de 21,3%, quatro vezes maior que a observada na população sem deficiência (5,2%).
A baixa escolarização também é marcante: 63,1% das pessoas com deficiência com 25 anos ou mais não tinham instrução ou não haviam completado o ensino fundamental. Entre as pessoas sem deficiência, esse índice é bem menor, 32,3%.
Já apenas 7,4% das pessoas com deficiência haviam concluído o ensino superior, contra 19,5% entre aquelas sem deficiência.
Voz de Brasília – Informação com sensibilidade e responsabilidade social
Fonte: IBGE
Foto: foto da web





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