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Universidades federais unidas para salvar jumentos do Nordeste

Pesquisadores de universidades federais brasileiras estão desenvolvendo soluções para evitar a extinção dos jumentos no Nordeste, ameaçados pelo comércio de suas peles para a produção do ejiao — um colágeno valorizado pela medicina tradicional chinesa.

O principal projeto, liderado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), busca produzir colágeno de jumento em laboratório por meio da fermentação de precisão, técnica que permite criar proteínas idênticas às originais sem abater animais. A pesquisa, apoiada pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Fundação Araucária, deve apresentar resultados até o fim de 2026.

A iniciativa surge em resposta à queda de 94% da população de jumentos nas últimas décadas e ao abate de quase 250 mil animais entre 2018 e 2024 na Bahia, único estado com frigoríficos autorizados. O estudo pretende oferecer uma alternativa sustentável à indústria chinesa, cujo mercado de ejiao movimenta cerca de US$ 8 bilhões por ano.

Outros grupos científicos trabalham para reintegrar os jumentos à economia nordestina de forma ética, promovendo seu uso em terapias, na agricultura familiar e em novos bioprodutos, como o leite de jumenta. Os pesquisadores defendem ainda uma moratória ao abate e o reconhecimento do jumento como patrimônio cultural brasileiro.

Enquanto isso, parcerias entre políticos baianos e empresas chinesas, como a DEEJ Corporation, foram barradas pelo Ministério Público da Bahia por riscos ambientais e violação de normas de biossegurança. O objetivo das pesquisas brasileiras é, portanto, não apenas proteger a espécie, mas também transformar o Brasil em referência mundial em biotecnologia aplicada ao bem-estar animal.