Uma operação emergencial da Polícia Civil no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, provocou intenso tiroteio e bloqueou parcialmente a Linha Amarela na manhã desta quarta-feira (26). Três suspeitos foram mortos e um homem foi preso durante a ação, que mobilizou equipes de inteligência e unidades especiais da corporação após a identificação de traficantes fortemente armados que se preparavam para invadir uma comunidade rival.
O confronto teve reflexos diretos na rotina da região. Um menino de 12 anos foi baleado na perna enquanto participava de uma atividade de ciências no pátio do Ciep Hélio Smidt, localizado ao lado do 22º BPM (Maré). Ele recebeu os primeiros atendimentos na Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva e, em seguida, foi transferido para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde permanece internado em estado estável.
A Linha Amarela foi fechada por cerca de 15 minutos por volta das 11h e voltou a ser totalmente interditada às 12h15. Com o tiroteio, motoristas chegaram a trafegar na contramão para tentar escapar dos disparos. Segundo a concessionária Lamsa, responsável pela via expressa, a pista no sentido Fundão ficou bloqueada na saída 9B, na Vila do João, até as 11h25, quando o tráfego foi parcialmente restabelecido.
Durante a ação, a polícia apreendeu dois fuzis e pistolas. Paralelamente ao confronto, um disparo atingiu uma sala do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Alunos registraram o momento em que um helicóptero da Polícia Civil precisou pousar no gramado do campus da Ilha do Fundão por questões estratégicas. A aeronave não sofreu danos.
Diante da escalada da violência, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acionou o nível 3 do Plano de Contingência, o mais alto da instituição, recomendando que nenhum colaborador ou visitante deixasse as dependências até que a situação fosse considerada segura.
A operação, que segue em andamento, tem como objetivo prender o chefe do tráfico na Vila do João. O clima de tensão permanece no entorno, e moradores relatam dificuldades de circulação devido aos bloqueios e à troca de tiros que se estende pela manhã e tarde.





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